Protesto em Curitiba denunciou a atuação genocida da polícia. Foto: Banco de Dados AND
No dia 18 de setembro, dezenas de pessoas se reuniram no centro de Curitiba em um ato de repúdio ao assassinato de Mateus Noga, 22 anos, morto pela Guarda Municipal na semana anterior. O ato foi marcado por intervenções de participantes e organizadores, que denunciaram a violência policial, voltada principalmente contra jovens pretos.
Durante as intervenções, estudantes combativos expressaram sua revolta e chamaram a atenção dos presentes para a natureza classista do problema, entoando palavras de ordem como Estado fascista, polícia genocida!
Junto à denúncia, manifestantes levantaram cartazes para exigir a divulgação das imagens das câmeras municipais de segurança para apuração do ocorrido e responsabilização dos culpados, bem como a retificação do Boletim de Ocorrência do caso, no qual a Guarda Municipal aponta a vítima como um criminoso.
Manifestante exige que prefeito da cidade apresente imagens que gravaram a ação policial. Foto: Banco de Dados AND
Segundo relato de familiares e amigos, Mateus era pai de uma criança de 9 meses e trabalhava como chaveiro. Na noite em que foi baleado pelos agentes da Guarda Municipal (11/09), ele comemorava sua habilitação.
A ampla presença de velas e rosas brancas em sinal de respeito somava-se aos demais elementos na concentração da manifestação e contrastava com o forte policiamento do evento – contando com viaturas estacionadas e em ronda nos arredores, havendo mais de 30 efetivos da Polícia Militar e da própria Guarda Municipal.
Este recente episódio faz parte de uma série de ocorrências de abuso e violência policial em Curitiba e região Metropolitana nos últimos anos, como o assassinato de um jovem em 15 de fevereiro e a execução sumária de quatro jovens em 30 de setembro de 2019, assim como o incêndio criminoso praticado contra a ocupação 29 de Março, seguido da execução da testemunha que filmou os autores da violência, em 2018. Todos esses crimes tiveram como autores policiais militares em conluio com guardas municipais. Nos quatro casos os criminosos foram identificados e seguem impunes. Em todos os casos, protestos foram realizados pelo povo para repudiar o extermínio promovido pela polícia.