Nos dias 28 e 31 de maio, paramilitares efetuaram disparos de arma de fogo contra indígenas da comunidade Yhovy, Tekoha Guasu Guavirá, do povo Avá Guarani, localizado no município de Guaíra, Paraná. Os paramilitares atravessavam em um veículo a Avenida Martin Luther King, que faz divisa com a aldeia, quando atacaram a comunidade.
A tentativa de assassinato soma-se a uma série de ataques sofridos pelos indígenas: houveram diversas tentativas de atropelamento nas imediações da aldeia e, em 29 de fevereiro, um jovem foi morto devido a um atropelamento. Somente nas duas últimas semanas cinco pessoas relataram este tipo de ataque e duas delas foram hospitalizadas.
Em março, o indígena Avá-Guarani Virgínio Benites, de 24 anos, foi assassinado e Lairton Vaz, de 18 anos, Felix Benites e Everton Ortiz, de 20 anos, foram gravemente feridos depois de uma emboscada feita por pistoleiros no oeste do Paraná.
Os conflitos na região estão diretamente ligados a luta pela terra, a violência elevou-se na região desde que a Fundação Nacional do Índio (Funai) anulou os estudos de identificação e delimitação. Além disso, o processo aberto pela Prefeitura Municipal de Guaíra e Terra Roxa contra a regularização da terra indígena Tekoha Guasu Guavirá, foi acatado pelo juiz e a Funai não recorreu da decisão.
Segundo relatório Conflitos no Campo 2019, elaborado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), dos 70 conflitos por terra (ações de resistência e enfrentamento pela posse, uso e propriedade da terra) registrados no Paraná, 36 envolvem indígenas e destas 31 ocorreram na região de Guaíra e Terra Roxa. Ainda de acordo com o relatório, em novembro de 2019 houve uma grande retomada em Guaíra, conhecida como TI Guarani Mbya/Tekohá Jevy/Guasu Guavirá/Itaipu.
Foto: Banco de Dados AND