Moradores de Vila Torres, Curitiba (PR), fecharam a Avenida das Torres em protesto pelo assassinato de três jovens do bairro pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), em 22 de janeiro. Os manifestantes acusam a Polícia Militar de forjar um tiroteio para justificar a execução dos três moradores durante o fim de semana anterior. Pneus, madeiras e restos de móveis foram utilizados durante a revolta para erguer barricadas em chamas.
Diversas faixas foram estendidas pelos moradores denunciando o crime. No local, o clima se mantinha tenso: havia mais de quinze viaturas realizando bloqueios e dois helicópteros fazendo rondas na região, em uma clara tentativa de intimidação.
A versão mentirosa do Bope seria de que a ação ocorreu após um grupo ter apontado armas para eles. Um dos rapazes assassinados, identificado como Wesley Alves Moreira, foi morto e, segundo familiares, teve plantado junto ao seu corpo uma pistola calibre 9 milímetros, uma lanterna e porções de droga. Mais adiante na mesma rua, a jovem identificada como Kerolyn Moreira de Oliveira foi avistada ferida e morreu antes de ser socorrida. Os próprios policiais admitem que há indícios de que ela “não participou efetivamente do confronto”.
A história foi desmascarada pelas testemunhas e famílias das vítimas que afirmaram estar em uma festa quando os policiais chegaram mandando pôr as mãos para cima. “Ele fez e já recebeu o tiro. Foi uma covardia da polícia. Não houve troca de tiro”, afirma Valdir Alves Moreira, morador da região e pai de um dos rapazes mortos.