Reproduzimos a seguir nota do Conselho Indigenista Missionário (Cimi-Sul) sobre a prisão de 5 indígenas em Santa Helena por cortarem 1 bambu da área do refúgio biológico da Itaipu.
Nessa quarta-feira, 14 de março de 2018, pelas 17h00 quando um grupo de Guarani voltada de uma incursão numa ilha formada pelo lago da Hidrelétrica de Itaipu foram abordados e presos pela Polícia Ambiental do estado do Paraná que atua no município e enviados para o cárcere da Polícia Federal na cidade de Foz do Iguaçu. O crime cometido, segundo a Polícia Ambiental, está relacionado ao Art.38 da Lei 9.605 do meio ambiente, ou seja, “destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio avançado ou médio de regeneração…”. O crime, segundo as informações preliminares, teria sido o corte de uma (01) taquara, ou seja, o “bambu nativo”, comum para a confecção de artesanatos e construção de moradias. A ação ocorreu sobre um patrimônio privado, já que a área visitada pelos Guarani pertence oficialmente a Itaipu Binacional.
Dentre os presos está Claudio Vogado, líder da comunidade e mais quatro pessoas.
A área, objeto da ação, foi retomada pela comunidade Guarani em janeiro de 2017, depois de 35 anos de expulsão. O local, denominado Tekoha Mokoi Joegua, era uma aldeia habitada por diversas famílias Guarani que foram expulsas pela Itaipu Binacional em 1982, quando fechou as comportas da maior represa do mundo. Os Guarani nunca foram indenizados e sequer ouvidos.
A área está em litígio, já que em 2017, o Juiz Federal de Foz Iguaçu concedeu dois anos de prazo para que a Funai regularize a terra.
Comunidade Guarani retoma terra depois de 35 anos de expulsão