No dia 4 de outubro, dezenas de camponeses bloquearam com tratores a via que dá acesso à Lerroville, área rural do distrito de Londrina, Paraná. Revoltados, os trabalhadores protestaram exigindo do prefeito Marcelo Belinati Martins (PP), uma solução para as péssimas condições das estradas da região, revitalização do asfalto da PR-445 e a conclusão da Unidade Básica de Saúde (UBS).
Os camponeses relatam que a péssima situação da estrada aumenta o gasto com manutenção do veículo, o que torna o transporte mais caro. Dizem também que o problema é antigo e se intensifica nos períodos de chuva, causando ainda mais prejuízo nos períodos de safra. Muitas famílias produzem hortaliças, frutas e verduras que abastecem mercados em Londrina e região, entretanto, com as vias intransitáveis, os moradores ficam ilhados. O transporte dos estudantes também é impossibilitado.
O camponês Alisson Rezende, em entrevista à rádio CBN, disse que “a estrada está na pior fase, praticamente intrafegável” e que “a questão não é de aguardar e sim de executar o serviço”, pois a comunidade aguarda há mais de dois anos. Denunciou ainda que até os bueiros a prefeitura pediu para que os moradores comprassem, e declarou: “Foi aprovada uma verba para o calçamento com pedras irregulares do distrito de Lerroville até o Acampamento Ele Vive. Essas pedras foram levadas embora, nós queremos saber o que foi feito”.
O município de Londrina possui oito distritos. De acordo com Allisson, outras estradas rurais estão há mais de um ano sem manutenção. O trabalhador constata que a pandemia não pode ser empecilho para realização do trabalho, pois afirma que em outras cidades as obras seguem acontecendo.
Mais pendências do velho Estado
Manifestantes também cobraram a conclusão da reforma da UBS. Segundo moradores a obra teve início em novembro de 2018 e era para ter finalizado em abril do ano passado. Nesse momento, a prefeitura já havia gasto cerca de R$200 mil. O valor deveria ser destinado para reforma do telhado, modernização do ambiente com pintura, troca de pisos, substituição de vidro, além das instalações elétrica, hidráulica e novo mobiliário, mas a única coisa que aconteceu foi a pintura externa. Os trabalhadores ainda denunciaram que a unidade está abandonada, parte do forro caiu e o local virou um depósito de lixo.
Alisson afirma: “Há mais de três anos estamos com um posto provisório”, além disso questiona: “Por que tanta demora? Quando teremos sede definitiva?”.
Camponeses fecham via em Lerroville, região de Londrina. Foto: Reprodução