O documentário Cabra Marcado para Morrer, dirigido por Eduardo Coutinho, aborda as ligas camponesas de Sapé, na Paraíba. O filme, que inicialmente retratava a atuação da pistolagem em conflitos agrários e o assassinato do líder camponês João Pedro Teixeira, foi interrompido pela ditadura militar e retomado 17 anos depois. Na nova versão, a narrativa se concentra na trajetória de Elizabeth Teixeira, viúva do líder camponês, que enfrentou a separação de sua família e anos de clandestinidade.
A exibição do filme ocorreu no dia 13 de novembro na UFPR, organizada pelo Comitê de Apoio. O evento trouxe à tona discussões sobre a Revolução Agrária e contou com a participação de trabalhadores locais, estudantes e ativistas dos movimentos populares. Durante o encontro, o jornal A Nova Democracia reforçou seu apoio à Revolução Agrária e destacou, com base em fatos concretos, que a luta pela terra permanece uma questão central no Brasil.
Após a exibição do documentário, o debate focou nas contradições existentes no campo. Foram discutidos temas como as ações da extrema direita — exemplificadas por iniciativas como o movimento “Invasão Zero” — que intensificam os conflitos agrários. Além disso, destacou-se o papel do Estado como financiador e principal defensor dos latifúndios, contribuindo para perpetuar a violência no campo.