PR: Dois terços dos eleitores em Curitiba não votaram em Eduardo Pimentel

Alavancado na última década, o boicote torna-se constante na farsa eleitoral curitibana.
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PR: Dois terços dos eleitores em Curitiba não votaram em Eduardo Pimentel

Alavancado na última década, o boicote torna-se constante na farsa eleitoral curitibana.

O boicote eleitoral em neste segundo turno em Curitiba expressa a indiferença popular entre os candidatos Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB), ambos bolsonaristas. A quantidade de abstenções, votos nulos e brancos somados foi de 502 mil contra 531 mil do novo gestor de turno, Eduardo Pimentel. Ou seja, somando isso com os votos na adversária (390 mil), dois terços de Curitiba não votou no seu próximo prefeito.

O boicote eleitoral vem crescendo exponencialmente nas últimas eleições municipais de Curitiba. Em 2012, Gustavo Fruet saiu vencedor da farsa com 597 mil votos contra 188 mil do boicote. Já em 2016, Rafael Greca se tornou prefeito com 460 mil votos competindo lado a lado com 421 mil abstenções, brancos e nulos. O ano de 2020 foi o primeiro em que o boicote saiu vitorioso em Curitiba, com 513 mil votos, 13 mil a mais que Greca, reeleito em primeiro turno perante completa indiferença do povo às urnas.

Em 2020, o monopólio de imprensa atribuiu a causa do massivo boicote ao medo da pandemia de COVID-19. Porém, os números em 2024 revelam que o impacto pandêmico sobre a votação não foi tão relevante perante a crise institucional do sistema eleitoral, expressão de uma crise maior do capitalismo burocrático. Desta vez o boicote foi de 37,43% dos eleitores. Em 2020, havia sido de 41,42%.

Os debates eleitorais no segundo turno foram dominados por acusações mútuas entre os candidatos, em correspondência à máxima de que os políticos da velha ordem falam sempre a verdade quando se acusam e mentem sempre que se defendem.  

Tomaram o centro da farsa as denúncias a respeito de um parente de Pimentel e ex-doador de campanha, Nelson Luís Slaviero, acusado de manter 19 trabalhadores rurais em situação análoga à escravidão, e de um superintendente da prefeitura que coagiu funcionários para doarem a campanha de Pimentel. Do outro lado, o bolsonarista lembrou que o vice da candidata Graeml, Jairo Ferreira Filho, responde a múltiplos processos por estelionato. 

Jair Bolsonaro declarou neutralidade nesta eleição, coadunando com a opinião do povo de que tanto faz. O novo gestor de turno, Eduardo Pimentel, da coligação Amor e inovação, é parte da antiga oligarquia latifundiária que governa o Paraná. Seu avô, Paulo Pimentel, já foi governador do estado. Eduardo já ocupava há 8 anos o cargo de vice-prefeito e, logo, é inteiramente responsável pelos problemas que promete resolver. Hoje, Curitiba enfrenta sérios problemas de moradia, educação, segurança, mobilidade, entre outros. 

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