PR: Estudantes de colégio estadual de Sarandi denunciam péssimas condições de escola, e governo responde com perseguição

Estudantes do colégio Panorama, de Sarandi (PR), denunciam perseguição do governo após mobilizações contra péssimas condições da escola.
Colégio estadual Panorama. Foto: Reprodução

PR: Estudantes de colégio estadual de Sarandi denunciam péssimas condições de escola, e governo responde com perseguição

Estudantes do colégio Panorama, de Sarandi (PR), denunciam perseguição do governo após mobilizações contra péssimas condições da escola.

Estudantes do 1º ano do Colégio Estadual Panorama, de Sarandi (PR), gravaram e publicaram um vídeo, que rapidamente viralizou nas redes, denunciando, em tom de ironia, a situação precária de seu colégio. O vídeo causou muita polêmica em toda a região do estado, o que rapidamente obrigou o governo a uma resposta – como de praxe, contra os estudantes.

Abandono total

No vídeo é possível observar a situação deplorável em que se encontra o colégio, situação que, infelizmente, é a realidade da maior parte das instituições públicas de ensino do estado do Paraná, bem como de todo o país.

As denúncias são inúmeras, desde as paredes completamente descuidadas e danificadas – com descascamentos de tinta e pichações -, a degradação e inacessibilidade da quadra esportiva – que além de estar em situação de completo abandono, ainda está localizada de tal forma que os estudantes são obrigados a atravessar a rua para acessá-la, até o estado lamentável dos banheiros, sem espelhos, sem papel higiênico, e sem portas.

Perseguição e retaliação

Devido às condições absolutamente precárias expostas pelos estudantes, e também à capacidade destes de fazerem a denúncia de forma chamativa e irônica, o vídeo rapidamente viralizou, gerando grande polêmica na cidade, assim como em toda a região.

Em resposta, o governo do estado do Paraná, chefiado pelo dr. Ratinho Jr., por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seed), enviou representantes do órgão para interrogar os alunos a respeito do ocorrido, o que gerou grande repercussão entre os alunos, pais e professores, de que o governo estaria perseguindo os estudantes.

A Seed, em nota, respondeu que se tratava apenas de uma visita rotineira, que já estava prevista de ser realizada – mas chama atenção o fato de ter sido realizada imediatamente após a publicação do vídeo. Além disso, a Seed também informou repasse de R$ 100 mil para reformas na escola. Apesar da demagogia do governo do estado, que tenta se defender e se vender como defensor da educação, ao mesmo tempo que é o grande responsável pelo sucateamento da mesma, os motivos da visita da Seed são muito nítidos.

Em entrevista para o jornal Boa Noite, do monopólio de imprensa RPC, uma das estudantes afirmou que os representantes do governo que foram ao local, submeteram os alunos denunciantes a um interrogatório a respeito do ocorrido. Se a visita se tratava apenas de algo rotineiro, sem qualquer relação com a denúncia realizada pelos estudantes, por que então os representantes da Seed utilizaram desta visita para interrogar os alunos? Alunos estes que são estudantes secundaristas, e cujos pais não foram comunicados nem convidados para essa “conversa”.

É nítida a postura repressora do governo do estado do Paraná e de seu cabecilha Ratinho Jr., que se utiliza de sua Secretaria de Estado de Educação, para, por meio da desculpa esfarrapada de uma tal visita rotineira, coagir os estudantes do colégio, a fim de impedi-los de se organizar politicamente para reclamar seus direitos.

Governo treme diante da luta estudantil

Se já é desprezível a tentativa de intimidar os estudantes, por parte do governo do estado do Paraná, mais ridícula ainda é a tentativa pelega do mesmo governo que, acovardado, promete repasses para reformas no colégio, tentando manter a aparência de preocupação com a educação. Onde estava a Seed, que diz acompanhar periodicamente os colégios, bem como o próprio colégio Panorama, durante todos esses anos nos quais o mesmo estava completamente abandonado?

Fato é que o governo teme mais do que nunca a combatividade dos estudantes, e sabe que não terá condições de conter uma luta que os mesmos venham a desencadear. Por isso mesmo, faz questão de utilizar de seus aparelhos repressores para conter qualquer faísca que venha a se acender, pois sabe que basta um pequeno foco, para que todo o estado – quiçá todo o país – se incendeie.

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