Estudantes da UFPR ocupam a universidade contra os cortes de verba. Foto: Banco de Dados AND
Estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) ocuparam o Prédio João José Bigarella do Centro Politécnico da universidade no fim da manhã de 13 de julho. A ocupação ocorre em repúdio ao recente corte de verba realizado pelo governo militar genocida de Bolsonaro e generais. Em nota (leia abaixo), os estudantes denunciam a precarização na instituição e afirmam que defenderão com unhas e dentes o ensino público e estão dispostos a “transformar as universidades do Brasil em verdadeiras trincheiras de combate”.
Confira abaixo mais imagens da ocupação e também a nota publicada pela Alvorada do Povo:
ufpr teve R$ 25 milhões bloqueados
Somente na UFPR o corte orçamentário feito pelo governo militar reacionário de Bolsonaro e generais bloqueou R$ 25 milhões da verba para custear o funcionamento da universidade. Estudantes e professores levantaram-se em repúdio à mais este ataque ao direito à educação. Agora, após ocuparem o bandejão, os estudantes dão continuidade ao caminho da luta independente e combativa. Em novembro do ano passado, os estudantes já tinham ocupado o restaurante universitário exigindo não só a imediata reabertura do restaurante, mas também o pagamento de bolsas estudantis e o fim de todos os cortes à educação.
Os estudantes que estão neste momento ocupando o prédio denunciam que os cortes já atingem o funcionamento da universidade: cursos que contam com aulas de campo terão de reduzir seus dias e trajetos, trabalhadores terceirizados estão sob o risco de demissão e bolsas estudantis podem ser encerradas a qualquer momento. Tudo isto, denunciam os estudantes, será barrado uma vez que a luta combativa dos estudantes derrote o projeto de privatização da Universidade Brasileira.
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Estudantes realizam manifestação no 41º ENEPe contra os cortes de verba. Foto: Banco de Dados AND
cortes de verba paralisam atividades
Como parte dos ataques aos direitos do povo, o governo do presidente ultrarreacionário Jair Bolsonaro, através do Ministério da Educação (MEC), anunciou no final de maio o corte 14,5% da verba destinada ao custeio de universidades e institutos federais, cerca de R$ 3,2 bilhões. O corte orçamentário também afeta diretamente a pesquisa científica produzida no país, atingindo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Após a pressão de estudantes e trabalhadores da educação (pesquisadores, professores, etc.) o governo deu passo atrás, afirmando que iria diminuir pela metade o corte. O orçamento de universidades e programas de fomento à pesquisa, contudo, seguem ameaçados.
Confira abaixo imagens da Ocupação Prédio João José Bigarella do Centro Politécnico da UFPR:
Estudantes da UFPR ocupam a universidade contra os cortes de verba. Foto: Banco de Dados AND
Estudantes da UFPR ocupam a universidade contra os cortes de verba, 13 de julho de 2022. Foto: Banco de Dados AND
Estudantes formularam o Estatuto da Ocupação, 13 de julho de 2022. Foto: Banco de Dados AND
Estudantes da UFPR leem o jornal AND durante Ocupação. Foto: Banco de Dados AND
Leia a nota publicada pela Alvorada do Povo (AP), organização democrático-revolucionária de estudantes:
UFPR OCUPADA!
VIVA A OCUPAÇÃO DO PRÉDIO JOÃO JOSÉ BIGARELLA!
ABAIXO A PRIVATIZAÇÃO DA UNIVERSIDADE PÚBLICA!
No dia 13 (quarta), ao meio dia, se reuniram em frente ao RU do Centro Politécnico estudantes de diversos cursos da UFPR para protestar contra o mais recente corte de verbas e a precarização do ensino por ele causada.
Os estudantes, revoltados com a capitulação da burocracia universitária, em especial do Reitor Ricardo Marcelo, que em seus discursos têm afirmado: “a UFPR sobreviverá apesar dos cortes de verbas!”, decidiram impor a democracia universitária e ocupar o prédio das ciências da terra.
A plenos pulmões, os jovens apontaram contra a precarização das aulas de campo nos cursos de Geologia, Biologia, Geografia e Agronomia, que terão seus dias e trajeto reduzidos para adequar ao orçamento do corte, bem como contra a demissão dos trabalhadores terceirizados, corte de bolsas e contra a educação à distância (EaD). Denunciando que os cortes de verbas são jogo do Governo Militar para promover o sucateamento e posterior privatização da universidade, os estudantes marcharam com muita combatividade até o prédio Bigarella,
A greve de ocupação, única tática capaz de dar cabo das contradições que permeiam a Universidade hoje, foi assumida por esses lutadores do povo desde o início do mês, compreendendo que só a luta radical é que muda a situação, rompendo com o imobilismo do DCE e a apatia de alguns professores, os jovens assumiram para si a tarefa revolucionária de defender o ensino público e gratuito com unhas e dentes!
Na UFPR, vanguardeados pelo movimento estudantil combativo, os estudantes têm compreendido e, principalmente, aplicado a greve de ocupação como forma de resolver os problemas da educação, sabendo que não será com acordos, conversas e negociatas, que derrotaremos o projeto de privatização da Universidade Brasileira, mas sim com luta combativa e intransigente, assim como foi na luta pela reabertura do Restaurante Universitário em 2021.
A Alvorada do Povo saúda os estudantes da UFPR que, uma vez mais, lutam de maneira combativa contra seus algozes, o Governo Militar Genocida de Bolsonaro e seus generais e a burocracia universitária. Essa é a forma que a juventude combatente encontrou para melhor contribuir com a destruição da velha ordem de opressão que impera em nosso país, transformando as universidades do Brasil em verdadeiras e gloriosas trincheiras de combate!
VIVA A OCUPAÇÃO DO BIGARELLA!
CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA UNIVERSIDADE PÚBLICA: GREVE GERAL DE OCUPAÇÃO!
OCUPAR E RESISTIR! LUTAR PARA GARANTIR!
Alvorada do Povo.