No dia 24 de abril, professores, estudantes e trabalhadores Técnicos-Administrativos da Educação (TAEs) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) decidiram por ocupar a sala do reitor até que fosse marcada uma reunião do Conselho Universitário (Coun) para definir a suspensão do calendário acadêmico e declaração oficial de greve da UFPR.
Os técnicos da Universidade Federal do Paraná (UFRPR) estão em greve desde o dia 11/03, mas a Reitoria insiste em manter as atividades regulares, mesmo com a adesão dos professores e estudantes à greve, cada classe com suas pautas.
Durante a assembleia, foram votados eixos de reivindicações e discutidas estratégias para a concretização dos objetivos da greve, dentre as quais destacou-se (principalmente pelos estudantes de graduação) a centralidade de ocupar os espaços universitários, opondo-se à “greve de pijamas”.
Ao final, votaria-se uma moção para que se propusesse e exigisse, no COUN previsto para o dia seguinte, a suspensão do calendário acadêmico. Porém, a mesa informou que a Reitoria havia suspendido indefinidamente o COUN pois o Reitor estava fora da cidade, presidindo um evento.
Munidos do entendimento de que o Coun pode ser realizado sem a presença imediata ou física do demagogo Reitor Ricardo Marcelo Fonseca (Art. 23, § 1), a assembleia votou para que se marchasse até o gabinete da Reitoria e se ocupasse a sala até que se definisse, para o mais cedo possível, a data da próxima reunião do Conselho Universitário. Cerca de cem estudantes, técnicos e professores adentraram o prédio da Reitoria entoando palavras de ordem e obrigando a vice-reitora a interromper uma reunião para recebê-los.
Diante de respostas esquivas e alegações da vice-reitora, Graciela Bolzon de Muniz, de que ela não teria o poder de marcar uma reunião, os ocupantes mantiveram a posição deliberada em assembleia e informaram que continuariam ocupando o gabinete até que a reunião fosse marcada.
Verificou-se, segundo o estatuto da UFPR, que isso seria possível. O resultado: menos de duas horas depois, tirou-se a data do COUN, terça-feira (30/04), às 14h. A luta, agora, é para que a reunião seja aberta aos estudantes e que nela se declare a suspensão do calendário acadêmico.
Outra vez, se comprova a tática de ocupação como a mais efetiva, hoje, do movimento estudantil e universitário. Duas horas depois, a Reitoria postou um vídeo em seu Instagram no qual o reitor Ricardo Marcelo Fonseca, que há quase dois meses vêm ignorando a existência da greve, afirma que “não é necessário ocupar para que se possa ter diálogo” e de que estava esperando uma ocasião mais propícia para marcar uma reunião do Conselho.