Entre os dias 19 e 23 de setembro, ocorreu na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Campus Curitiba, a Semana Acadêmica. Organizada por cursos da área da educação e das ciências humanas, a atividade promoveu o debate sobre crise na educação e as lutas estudantis que se desenvolvem como resposta à crise. O Comitê de Apoio de Curitiba esteve presente e realizou a cobertura do evento.
Durante a abertura da Semana Acadêmica, ativistas convocaram os alunos da PUC-PR para a luta em defesa da educação, pondo fim ao imobilismo que ganhou espaço durante a pandemia de Covid-19. A universidade conta com uma grande parte de alunos bolsistas e trabalhadores, que encontram extensas dificuldades para se manter no estudo e, além disso, enfrentam problemas como a falta de assistência estudantil, como refeições oferecidas em restaurantes com preços acessíveis aos estudantes trabalhadores ou auxílios estudantis, medidas que possibilitariam que todo aluno do povo se dedicasse efetivamente aos estudos.
Dessa forma, a realização da Semana Acadêmica contou também com denúncias dos ataques que a educação e as humanidades sofrem ao longo dos anos, como os cortes sucessivos no orçamento das duas principais agências de inceitivo à pesquisas científicas no do país, a Capes e a CNPQ. Ao longo dos últimos seis anos, houve uma diminuição de 73,4% (período 2015-2021) no orçamento, gerando a interrupção de pesquisas científicas em andamento. Além disto, durante o evento, estudantes defenderam que para mudar este cenário é preciso organização classista, combativa e independente.
Público observa o discurso de abertura do evento. Foto: Banco de Dados AND
Durante a noite de abertura, a Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia (ExNEPe) fez uma importante intervenção para centenas de estudantes que estavam acompanhando o evento. Destacou-se a história e o processo de conformação das suas lutas ao longo dos anos em defesa de uma educação que sirva ao povo. A fala teve aprovação geral dos estudantes de diversos cursos presentes.
Apresentação da ExNEPe. Foto: Banco de Dados AND
No encerramento da Semana Acadêmica, do dia 23 de Setembro, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo) esteve presente e fez uma fala sobre a Chacina do Pau D’arco, ocorrida em 2017. Elucidando e esclarecendo aos presentes a centralidade da luta pela terra e da questão agrário-camponesa no nosso país, o Cebraspo expôs o caráter pró-latifúndio e anti-camponês do velho Estado brasileiro, destacando que não se trata simplesmente do problema de um governo, demonstrando que o povo luta por conta própria para solucionar as suas próprias mazelas.
Após a intervenção do Cebraspo, ocorreu a apresentação do Comitê de Solidariedade Popular da Vila Torres (CSP-VT), que trouxeram a experiência em seus mais de dois anos de trabalho durante a pandemia e após ela, desenvolvendo reforços pedagógicos, iniciativas de alimentação comunitária e outras atividades. Desta forma, foi demonstrado a importância da organização popular para resolver os problemas imediatos que atingem as massas trabalhadoras.
Mesa composta por Cebraspo e CSP-VT. Foto: Banco de Dados AND
Durante o período de cinco dias, a Semana Acadêmica mobilizou diariamente mais de quinhentos estudantes, que puderam participar de palestras sobre diferentes áreas do conhecimento que abordaram também a luta popular.