Jovem Ava-Guarani baleado
Um grupo paramilitar, a serviço do latifúndio, cometeu um atentado contra um indígena de 21 anos, no dia 6 de novembro, no município de Guaíra, Paraná. Foi o que disse o cacique guarani do Tekoha Y’Hovy, em entrevista ao Conselho Missionário Indigenista (Cimi), referindo à morte do jovem Ava-Guarani Donecildo Agueiro.
Donecildo Agueiro foi baleado após sair de uma reunião da Coordenação Técnica Regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), afirma o Cimi em matéria publicada em seu Portal. De acordo com uma missionária do conselho, a Delegacia de polícia, num primeiro momento, se recusou a registrar o boletim de ocorrência do atentado e só o fizeram quando chegou um representante da Funai à delegacia. A atitude, que põe em dúvida a imparcialidade dos policiais, é comum segundo a missionária. “Não é a primeira vez que essa recusa é manifestada, infelizmente.”, lamentou.
Ainda de acordo com o cacique do Tekoha Y’Hovy, o grupo paramilitar “tem a função única e exclusiva de intimidar e acuar, ainda mais, as comunidades indígenas da região”, e prosseguiu denunciando que o seu povo vem sofrendo com “constantes ameaças, racismo, violência com arma de fogo, entre outras agressões”. “Os casos são extremamente recorrentes, inclusive com sequestro de indígenas para o Paraguai.”, expôs. O cacique disse ainda estar indignado com a demora na demarcação das terras por órgãos do velho Estado.
O povo Ava-Guarani, do oeste do Paraná, vem lutando desde 2013 pela demarcação de seu território – demarcação negligenciada pelo velho Estado. Consequentemente, no mesmo período ocorreu o aumento da violência do latifúndio contra os indígenas.