Exigindo moradia estudantil universitária para os estudantes indígenas, estudantes e lideranças indígenas da região ocuparam o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) no último domingo (26). O prédio do DCE, inativo há alguns anos, agora está sendo utilizado pelos ocupantes como forma de pressionar a reitoria da universidade a tomar uma posição sobre a moradia estudantil indígena.
Em nota no Instagram da ocupação, defendeu-se que, apesar da maior democratização do acesso ao ensino superior no Brasil, as políticas de ações afirmativas têm sido insuficientes para garantir a permanência dos estudantes indígenas em seus cursos. A UFPR conta, atualmente, com 60 estudantes indígenas que são representados pelo Coletivo dos Estudantes Indígenas que defende a pauta trazida pela ocupação.
Segundo as lideranças da ocupação, muitos indígenas fazem o vestibular e passam nos cursos desejados mas depois precisam voltar para suas aldeias pois não tem condição de se manter na universidade, por isso é tão importante que exista uma moradia específica para esses estudantes.
A ocupação foi nomeada Maloca/UFPR, remetendo a casa indígena, nela, estão presentes indígenas de várias etnias como os Kaingang, Guarani, Baré e outras que estão passando para prestar solidariedade.
Em conversa com o Comitê de Apoio ao AND, Olívio Jekupé, declarou que nos anos 90 junto a outros indígenas, buscou criar um projeto para uma casa estudantil indígena na região, mas os anos se passaram e essa demanda não foi sanada. Agora, 34 anos depois, decidiram realizar uma ocupação para que ações mais concretas fossem feitas pela universidade.
Os ocupantes declararam que apenas sairão do local quando conquistarem uma moradia estudantil indígena. Até agora não houve nenhuma proposta da reitoria da universidade. A ocupação ocorreu na mesma semana em que estudantes ocuparam o prédio Dom Pedro II na reitoria da UFPR, se colocando contra a precarização da universidade, pautando demandas da Greve Estudantil e se solidarizando a Resistência Nacional Palestina. Essas ocupações se somam a crescente de táticas radicalizadas de lutas que tem ocorrido por todo o país em defesa da educação, mas também dos direitos básicos do povo, como a moradia.