A polícia militar do Paraná fez a segurança para os pulverizadores de veneno do latifúndio que passaram destruindo as plantações da tekoha Yvuju Avary, na manhã do dia 23 de outubro, em Guaíra, Oeste do Estado. A agressão rompe o acordo estabelecido pelo desembargador Fernando Prazeres, que obrigava o respeito aos limites da comunidade indígena e estabelecia que a passagem próxima por parte do latifúndio somente deveria ser feita na presença da Força Nacional.
Com o descaso do cumprimento das regras, em áudios os Avá-Guarani espalham sua denúncia e denunciam a atuação da Tropa de Choque como “milícia do Estado”. Os indígenas também prometem resistir à ofensiva do latifúndio. “A gente vai morrer, mas não vai recuar, não”, disse uma liderança, sob condição de anonimato, ao Brasil de Fato.
O desrespeito se dá em uma escalada de violência nas últimas semanas. No dia 17/10, um caminhão e quatro tratores tentaram invadir a comunidade em proveito de um latifundiário que diz ser dono da terra.
Após a passagem, foi encontrado dentro da comunidade um pote com sílica gel dessecante, que é utilizado para absorver umidade e preservar equipamento, entretanto é tóxico ao ser ingerido, entrar em contato com a pele ou inalado. O pacote foi encontrado por crianças, o que trouxe preocupações à comunidade de que o tóxico tenha sido deixado próximo a elas para que elas fossem envenenadas.
Os atentados vêm coordenados com inúmeros assédios na região, tendo sido recentemente encetada uma campanha de criminalização pela câmara municipal de Guaíra, que tenta retratar os indígenas como se fossem alguma espécie de invasores estrangeiros.