Um policial penal responsável pela Cadeia Pública de Dois Vizinhos (Paraná) está envolvido em casos de estupro. Ele foi afastado do cargo após uma investigação, que descobriu que o agente da repressão também está envolvido em peculato (apropriação indevida por funcionário público em razão do cargo). Uma das vítimas era uma detenta que trabalha na cozinha do presídio.
A investigação que levou ao esclarecimento das violações por parte do policial foi conduzida pelo Núcleo de Francisco Beltrão do Grupo de Atuação Especial em Combate ao Crime Organizado, motivado por denúncia anônima. O Ministério Público, denunciou que o policial, utilizava de seu cargo para efetuar ameaças, de que iria retirar as vítimas de seu local de trabalho e que iria dificultar a visita dos familiares. As investigações ocorreram através de análises das câmeras e coleta de depoimentos.
O crime de peculato acontecia geralmente nos finais de semana, quando eram retiradas as vítimas da cadeia, para que fizessem tarefas na residência do policial.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), utilizando de dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná (SESP-PR), de janeiro de 2020 até abril de 2024, ocorreram mais de 43 mil ocorrências de violência sexual.
Neste caso mais recente a prisão era considerada como um feudo pessoal por parte do policial estuprador. E, até vir à tona, esteve subnotificado devido não só a banalização da vida das detentas (que passam por constantes violações de direitos), como também pelo desprezo pelos direitos das mulheres do povo por todo o País.