Na última segunda-feira (10/3), a população de Londrina saiu novamente às ruas, em protesto contra o cruel assassinato dos jovens Wender Natan da Costa Bento, de 20 anos, e Kelvin William de Oliveira, de 16 anos, executados pela Polícia Militar. A manifestação é uma continuação da onda de protestos que têm varrido e incendiado a cidade ao longo das últimas semanas em decorrência desse crime brutal por parte da PM de Londrina, conforme noticiado pelo AND.
A manifestação se iniciou por volta das 17h da tarde, perdurando por pelo menos 2 horas. Ao todo, mais de 150 pessoas, incluindo moradores do bairro Nossa Senhora da Paz, onde moravam os dois jovens, também conhecido como Bratac, além de estudantes e demais apoiadores de Londrina e da região. As mães dos dois jovens estiveram presentes do início ao fim, fazendo frente e puxando palavras de ordem, em denúncia da violência cometida contra seus filhos. Uma equipe do Jornal A Nova Democracia foi até o local para realizar a cobertura e acompanhou tudo de perto.
Os manifestantes bloquearam a BR-369, que liga diversas cidades da região, paralisando todo o trânsito para chamar a atenção da população local e denunciar o assassinato dos jovens. Para isso, as massas populares formaram barreiras nas diversas saídas da BR e colocaram pneus para impedir a ultrapassagem dos veículos, ateando fogo em um dos trechos. Faixas com escritos como “Aos nossos mortos nem um minuto de silêncio, mas toda uma vida de luta”, e cartazes com os rostos estampados dos 4 policiais assassinos, onde se lia “assassino de trabalhador”, foram levantados.
Em poucos minutos, a Polícia Militar e a ROTAM chegaram ao local para tentar reprimir as massas e liberar as vias, com armas em mãos, chutando os pneus, inclusive acertando o pé de uma das mães. Entretanto, apesar de todo o esforço da PM de Londrina, a população resistiu e fez os policiais recuarem e terem de assistir o ato calados do início ao fim. Reposicionaram as barreiras e atearam fogo nos pneus. Ao todo, mais de 10 viaturas da polícia militar, incluindo várias da ROTAM, um helicóptero e ao menos uma viatura da Polícia Rodoviária Federal foram deslocados no intuito de reprimir as massas, além de um efetivo de mais de 20 policiais militares, todos armados, municiados, e por várias vezes apontando as armas para a população.
As mães e familiares dos jovens afirmam que este é apenas o começo, e que não recuarão nem 1 centímetro sequer, continuarão lutando por justiça por Wender e Kelvin, e por todos os jovens e trabalhadores, filhos e filhas do povo, assassinados e massacrados todos os dias pela polícia nas favelas e periferias. As famílias agradeceram o trabalho do AND, que está acompanhando de perto o caso e continuará realizando a cobertura.
