PR: Professores paralisam universidades estaduais em greves por salários dignos

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PR: Professores paralisam universidades estaduais em greves por salários dignos

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No dia 8 de maio, cerca de 1,2 mil professores da Universidade Estadual de Londrina (UEL) iniciaram uma greve por tempo indeterminado exigindo reposição salarial diante de uma defasagem de 42%, que se arrasta há 7 anos. Além dos professores da UEL, docentes de outras sete universidades estaduais se encontram em estado de greve e com data marcada para início da greve.

Estão mobilizadas para a greve a Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro).

Professores denunciam governador reacionário

Os professores denunciaram o governo do reacionário Ratinho Jr. e afirmam que trabalham o ano todo com cargas efetivas de mais de 40h semanais (chegando a trabalhar até 80h em alguns casos), mas recebem por apenas 7 meses ou por uma jornada semanal equivalente a 23h de trabalho. “A realidade enfrentada por nós é de constante aumento da demanda e das obrigações a serem aceitas/impostas, com extrapolação do horário de trabalho para nossos finais de semana, momentos de lazer e afins, ou seja, com o aumento do sobretrabalho”, afirma em nota o Sindicato dos professores de Londrina/ Associação dos Docentes da UEL (Sindiprol/Aduel). 

Rechaçam também a “Lei Geral das Universidades” (LGU), aplicada pelo mesmo governo reacionário, que promoveu uma série de ataques – entre desinvestimento nas universidades estaduais e ataques à autonomia universitária –, e diminuiu o número de docentes de 1.956 para 1.448, uma redução de 26% que apenas fez aumentar a exploração dos docentes, enquanto era negado seu reajuste salarial.

O governador Ratinho Jr. ofereceu, em contraposição aos direitos negados, míseros 5,79% de reajuste, para serem pagos a partir do mês de agosto deste ano, com forma de tentar debelar a justa greve.

Enquanto nega salários dignos aos professores universitários, o governo estadual atende aos interesses dos grandes empresários, providenciando prontamente licitações de obras, privatizações, contratos terceirizados, além de uma série de isenções fiscais.

As renúncias fiscais para grandes empresários aumentaram de R$10 bilhões em 2018, no último ano do governo de Beto Richa (PSDB), para mais de R$ 17 bilhões em 2022, no governo Ratinho Jr. Já o orçamento de todas as universidades públicas, que atendem mais de 100 mil estudantes, caiu de R$3,5 bilhões em 2016 para R$2,9 bilhões em 2022. O valor das renúncias que beneficiam os grande burgueses é mais de 5 vezes o valor investido nas universidades.

Educação em luta por todo o país

A greve dos professores universitários do Paraná se junta às greves dos professores dos níveis médio e básico em todo o Brasil pelo seu reajuste salarial, assim como as ocupações de escolas e manifestações dos estudantes contra o “Novo” Ensino Médio (NEM). 

Todas essas mobilizações ocorrem em um contexto de ataques  do velho Estado brasileiro da educação pública e gratuita. Enquanto isso, os professores são cada vez mais explorados, com salários mais baixos, maiores cargas horárias, e, com o NEM, sendo obrigados a dar aulas fora de suas áreas de especialização. 

Os estudantes universitários também se organizam ano após ano exigindo verbas para as universidades públicas, para financiar pesquisas científicas e até serviços básicos (como limpeza ou segurança nos campi). Além disso, se posicionam contra o esvaziamento do conteúdo através de “reformas” promovidas pelo velho Estado para atender interesses privatistas no ensino superior.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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