Na sexta-feira, dia 19 de abril, trabalhadores bloquearam a BR-376, em Jandaia do Sul, em protesto por conta do não pagamento de salários e direitos trabalhistas. O protesto foi organizado e conduzido por trabalhadores e prestadores de serviço, que trabalham na construção de um contorno viário em Jandaia do Sul.
O consórcio, contratado pela Viapar para a condução e realização da obra, tem atrasado salários, assim como não tem pago direitos trabalhistas das mais diversas espécies. A obra concentra trabalhadores das mais diversas regiões do país, que já há meses têm tido dificuldades para conseguir se alimentar e se manter. A situação gera um acúmulo de dívidas e muitos trabalhadores têm sido forçados a alugar seus equipamentos de trabalho à prestação, o que aprofunda a situação de envidamento e os impede de aos seus estados de origem.
Das obras
A obra está sob responsabilidade de um consórcio, contratado pela concessionária Viapar, que alega não ter mais qualquer vínculo jurídico com o caso. A empresa havia sido contratada pelo governo estadual para a construção, no prazo de dois anos, de três contornos viários, em Arapongas, Peabiru e Jandaia do Sul. Desde então, não faltam polêmicas envolvendo estas obras, desde atrasos nas construções das mesmas até o não pagamento de salários e direitos trabalhistas.
A concessionária já acumula ao menos três processos por parte do Ministério Público, todos em razão destas obras, mas segue a descumprir os prazos para o término do contorno em Arapongas.
Luta popular cresce contra exploração
O caso dos trabalhadores da construção civil do contorno viário de Jandaia do Sul é candente demonstração da exploração da classe trabalhadora brasileira, e do recrudescimento da luta de classes no país. Já em dezembro do ano passado os trabalhadores já haviam bloqueado a mesma rodovia em protesto.
Em meio ao descaso das empresas e do Estado, os trabalhadores se levantaram mais uma vez, em abril deste ano, para protestar contra a exploração das empresas e para exigir seus direitos. Apesar da reacionarização crescente das instituições estatais, em especial no Paraná, a mando do governador Ratinho Jr., a luta de classes só recrudesce no país. O caso de Jandaia é apenas um dos vários focos que se espalham por todo o Brasil, onde o povo cada vez mais se levanta em luta.