Prefeito de Recife enriqueceu 11 vezes mais durante gestão; povo sofreu com despejos e falta de direitos

Gestãode João Campos foi marcada por operações de despejo, falta de direitos básicos para o povo e aumento do desemprego. No mesmo período, fortuna de Campos cresceu 11 vezes.

Prefeito de Recife enriqueceu 11 vezes mais durante gestão; povo sofreu com despejos e falta de direitos

Gestãode João Campos foi marcada por operações de despejo, falta de direitos básicos para o povo e aumento do desemprego. No mesmo período, fortuna de Campos cresceu 11 vezes.

O atual prefeito de Recife, João Campos (PSB), está envolvido na agenda de candidatura para reeleição na cidade. Toda a propaganda do prefeito, contudo, esconde dados brutais do fracasso da gestão de Campos, relacionados a despejos de famílias, aumento do desemprego, falta de direitos para o povo e enriquecimento pessoal. 

Em março de 2024, sob ordens de Campos, equipes enviadas pela prefeitura invadiram e derrubaram as casas da comunidade Vila Esperança, uma área destinada à habitação social. Os trabalhadores foram acordados de surpresa, nas primeiras horas da manhã, pela chegada das equipes para demolição.

Eles denunciam também que as casas foram derrubadas sem nenhum aviso prévio e que a prefeitura se negou a pagar indenizações no valor adequado. “A juíza disse que tinha R$ 200 mil para mim, a prefeitura disse que pagava R$ 140 mil, e ainda descontava os impostos. Querem me pagar agora R$ 72 mil desse ponto (comercial) e R$ 32 mil da casa. Não aceitei. Estou sendo despejada hoje e não recebi nada, nada. Está tudo em juízo. Vieram aqui hoje, derrubaram dentro, tiraram as coisas”, denunciou a trabalhadora Maria Célia ao portal Marco Zero.

O borracheiro Manoel Agripino dos Santos, de 42 anos, fez uma denúncia similar: “não tinha nenhum aviso de que a borracharia seria demolida e de repente chegaram aqui me dizendo que eu precisava ir lá [na Autarquia de Urbanização do Recife] negociar o valor que eu vou receber, mas é muito pouco, não vai dar para nada e eu nem faço questão, eu só quero continuar aqui para poder trabalhar fazendo o que eu sei fazer”.

A Vila Esperança é uma  Zona Especial de Interesse Social (Zeis). Ou seja, um local destinado para habitação social em que não deveria ocorrer a expulsão de nenhum morador e trabalhador. A luta é ainda mais importante quando se considera que Recife tem o 3° aluguel mais caro do país, ao mesmo tempo em que é a segunda capital mais desigual do Brasil e com uma das piores rendas médias existentes

Também na gestão de João Campos, Recife se consolidou como a segunda cidade com maior desigualdade social no Brasil. O desemprego e o trabalho informal já batem 50%. Por outro lado, sobre a miséria do povo, João Campos aumentou sua fortuna pessoal em 11 vezes. Com um patrimônio inicial de R$ 242,7 mil em 2020, após quase quatro anos de prefeitura, o oligarca ostenta um patrimônio de R$ 2.697.388,78. 

Além disso, a violência reacionária em Recife só cresce. Em 2023, a cidade foi a segunda no ranking de casos de feminicídio. No mesmo ano, 20 pessoas foram assassinadas pela Polícia Militar na cidade, o maior número de todo o estado. Essa violência é direcionada: 100% das vítimas da PM no estado são negras.

A lista de insuficiências segue: apenas 44% do território de Recife tem rede de coleta e tratamento de esgoto. As políticas de prevenção a desastres são absolutamente negligenciadas, e com consequências graves. Em 2022, 120 pessoas morreram em Recife e Região Metropolitana por enchentes, mesmo ano que João Campos gastou R$ 51 milhões com publicidade.

Esse retrato social não é capaz de ser escondido com nenhuma propaganda. É nítido o fato que nesses últimos anos de gerenciamento de turno, João Campos apenas satisfez o desejo das famílias que estão há anos no poder, dando milhões para a iniciativa privada e bilhões para empreiteiras. 

Somente 17 das 39 promessas de campanha de João Campos foram cumpridas. O número envolve as promessas de interesse das classes dominantes, e não do povo.

Prefeito oligárquico

O prefeito João Campos não saiu do nada. É ligado ao clã político Campos, família histórica da política reacionária em Pernambuco e com vínculos com outro clã, o Arraes.

A “aliança” Campos-Arraes possui relações ainda com outras famílias de coronéis da região, como a família Lyra, da atual governadora e cujo o pai foi vice de Eduardo Campos, e a família Coelho de Petrolina, a qual teve como maior expoente Fernando Bezerra Coelho, líder do governo Bolsonaro no Senado.

Com siglas de diversos partidos eleitoreiros diferentes, essas famílias mandam e desmandam na Política de Pernambuco. Na capital do estado vemos mais do mesmo: em Recife, o atual prefeito e o preferido a ganhar a farsa eleitoral é João Campos, filho de Eduardo Campos e Bisneto de Miguel Arraes. Trata-se de um político escolado na manutenção da oligarquia, de um vendedor dos interesses populares pelos interesses das famílias particulares que há décadas estão no poder.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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