Presidente do PSD diz que Luiz Inácio não será reeleito nem com favores e rasga seda para Tarcísio de Freitas

O pronunciamento é, ao mesmo tempo, sintoma e catalisador da crise política. Expressa a divisão nas classes dominantes e fomente ainda mais a fissura.
Tarcísio de Freitas (esq.), Gilberto Kassab (centro) e Luiz Inácio (dir.). Foto: Reprodução

Presidente do PSD diz que Luiz Inácio não será reeleito nem com favores e rasga seda para Tarcísio de Freitas

O pronunciamento é, ao mesmo tempo, sintoma e catalisador da crise política. Expressa a divisão nas classes dominantes e fomente ainda mais a fissura.

Faltam dois anos para a próxima farsa eleitoral que decidirá o presidente do Brasil depois de Luiz Inácio, mas as forças políticas já se movimentam. Em entrevista ao UOL hoje (8/10), Gilberto Kassab, presidente do PSD (partido que mais cresceu nas eleições municipais concluídas no dia 6/10) disse que Luiz Inácio não será reeleito nem com favores, e que a direita aposta desde já em outros nomes.

Os favores poderiam envolver a concessão de ministérios ou emendas parlamentares, no famoso toma-lá-da-cá. Mas para o presidente do PSD, que tem representantes em três ministérios do governo (Agricultura e Pecuária, Minas e Energia e Pesca e Aquicultura), nem isso será suficiente.

O pronunciamento é, ao mesmo tempo, sintoma e catalisador da crise política. Expressa a divisão nas classes dominantes e fomente ainda mais a fissura.

Para ele, há falta de sintonia entre Luiz Inácio e os outros partidos. Fator determinante será a popularidade do atual presidente na época das eleições. Atualmente, esse índice está em queda, pela escolha do presidente em não cumprir com as promessas de campanha e atender os desejos das classes dominantes e fracasso em melhorar a condição de vida dos brasileiros. Na última pesquisa DataFolha, o governo teve queda de 4% na aprovação (32%) e aumento de 1% na reprovação (31%).

Governo tem queda na aprovação (32%), que empata com avaliação negativa (31%) – A Nova Democracia
Por mais que as pesquisas realizadas pelos institutos burgueses possam ser questionadas, os dados são preocupantes para Luiz Inácio, ainda mais que nos últimos meses foram registradas manifestações que condenaram o governo pelo não cumprimento do discurso de campanha.
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Não é estranho, portanto, que parte das classes dominantes descartem Luiz Inácio depois de usá-lo contra Bolsonaro em 2022 e pensem desde já em outro nome.

Sobre isso, Kassab afirmou que o PSD pensa em lançar Ratinho Júnior (governador do Paraná) à presidência, mas deu mais palco ao paulistano Tarcísio de Freitas (Republicanos).

“Hoje, cada vez mais, o Tarcísio assume um papel de liderança nessa direita com uma diferença: ele tem um diálogo muito bom com o centro e valoriza isso, haja vista a própria relação com o PSD. O MDB está apaixonado por ele”, disse.

Kassab também classificou Tarcísio como a “maior revelação política do país” e disse que “Tarcísio tem mais facilidade para o diálogo, tem uma compreensão melhor da importância de respeitá-lo [do que Bolsonaro]. Isso o valoriza muito, abrindo seu círculo de alianças. Sempre tenho dito que a maior revelação política nos últimos anos no Brasil é o Tarcísio. Em pouco tempo, ele mostrou vocação para a vida pública”.

As falas expressam aquilo que é uma forte tendência para os próximos anos da política brasileira: o fortalecimento da extrema-direita mediante o fracasso do governo oportunista.

Editorial – O bolsonarismo ‘moderado’ sai à frente – A Nova Democracia
O movimento popular, para recuperar, preservar e ampliar os direitos que têm sido arrasados nos últimos 10 anos, em especial nos últimos cinco, necessita mobilizar seriamente as massas populares para arrancar suas reivindicações.
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Freitas é, sem dúvida, um nome importante nesse movimento, aprovado pelos monopólios de imprensa, policiais militares e outros setores da extrema-direita à direita tradicional.

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