Foram cumpridos, hoje, seis mandados de prisão preventiva, dentre eles o do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e dos militares Max Guilherme e Sérgio Cordeiro, que trabalham no Planalto. A prisão ocorre por ocasião da Operação “Venire”, da Polícia Federal (PF), atendendo à ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, como desdobramento do inquérito das “milícias digitais”. Além dos mandados de prisão preventiva, foram realizados outros 16 mandados de busca e apreensão, sendo um deles na casa do ex-presidente Bolsonaro, o Fraco. Cid é acusado de ter adulterado a carteira de vacinação de Bolsonaro.
Segundo apuração do jornalista Marcelo Godoy, do monopólio de imprensa Estadão, a cúpula do Exército reacionário está consternada, acusando a prisão de ser ilegal e ponderando quais medidas serão tomadas, por ela, diante disso.
Como se vê, a crise militar não só persiste, como novos episódios vêm a incrementá-la. Se o Alto Comando da força terrestre se questiona “o que fazer?” diante de uma decisão judicial – sem entrar no mérito do quão legal é o inquérito –, então é sinal de que o sistema político sofre fortes e sérios terremotos.
A crise militar persiste e avança no próprio cerco dos generais – golpistas cautelosos – ao governo de coalizão de Luiz Inácio/Alckmin. Hoje, enquanto Luiz Inácio almoçava com o Alto Comando do Exército, foi efetivada a nomeação do general Marcos Antônio Amaro dos Santos para comandar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) – comprovando uma vez mais que todo o berreiro do chefete oportunista pretensamente contra a militarização no governo, em que dizia que não deixaria o GSI na mão de militar, era fraseologia estéril.
São sinais de um regime político que já não cumpre sua função histórica: nem é mais capaz de manter a opressão e exploração das massas populares de forma estável, desacreditado e repudiado que é por elas; nem é capaz de fornecer, às frações e grupos de poder das classes dominantes, mecanismos para sanar suas divergências de como levar adiante a exploração e opressão do povo. Essa é a velha democracia: um cadáver insepulto, que cada vez mais se parece com o fascismo.