Após anos de inércia, o Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual do Amazonas (Sind-UEA), está passando por novas eleições desde março deste ano, fruto da mobilização e luta de professores e professoras da capital e interior. Os docentes, entretanto, denunciam práticas antissindicais da Comissão Eleitoral que visariam barrar a reorganização da entidade para garantir privilégios.
As denúncias foram realizadas pela chapa 18 – Ressurgência Classista, chapa única no processo eleitoral, e foram repercutidas por uma série de entidades locais como a Associação de Docentes da UFAM (Adua), e o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Amazonas (Sintesam).
A Comissão Eleitoral suspendeu a eleição vigente sob justificativa de que, em uma suposta assembleia, ocorrida em 13 de abril, aprovou-se que apenas os docentes que contribuem financeiramente com a entidade poderiam votar. Essa exigência burocrática só reforça a possibilidade de tentativas de sabotagem da eleição, uma vez que a entidade esteve inativa nos últimos anos.
As dirigentes da chapa reafirmam que essa suposta assembleia nunca existiu e foi apenas usada como justificativa para contrapor a decisão da Assembleia Geral de 26 de março da categoria de que todos os docentes deveriam votar, independentemente de suas contribuições sindicais estarem em dia ou não, alegando que os problemas se deram por burocratismo e abandono da gestão.
Em nota publicada no dia 2 de junho, a CE anuncia que pretende paralisar o processo definitivamente para eleger uma nova Comissão e Direção Provisória, em um complexo processo de lutas pela retomada da entidade. Após ser denunciada pela chapa 18, a mesma publicou uma nova nota solicitando da oposição uma retratação pública e reafirmando o suposto compromisso da CE com o Edital e Regimento.
Em entrevista ao AND, a professora Ceane Simões, candidata a vice-presidente, disse que a atitude pode indicar que o grupo predominante no sindicato não tenha preparado sua chapa e, vendo uma oposição surgindo, tentou impedir o processo eleitoral para ter tempo de montá-la. A mesma denunciou que o recurso da chapa só foi respondido 4 dias depois, às portas do processo eleitoral.