No dia 30 de março, estudantes, professores e apoiadores estiveram nas ruas pela abertura de mais uma sala de ensino médio regular para a Escola Estadual Tito Fulgêncio, localizada em Belo Horizonte, Minas Gerais, e contra as medidas reacionárias do governo do estado.
A manifestação, com falas combativas de entidades e professores do movimento Todos Pelo Tito, iniciou com uma caminhada por todo o bairro, com palavras de ordem como Resistir, Lutar, Pelo Médio Regular!, aspirando combatividade e entregando panfletos pelo bairro Concórdia a respeito da situação da escola e o dia do Estudante Combatente, celebrado no dia 28 de março.
Em espírito internacionalista, os estudantes também exigiram a liberdade do estudante palestino preso no Estados Unidos (EUA), Mahmoud Khalil.
A escola Tito Fulgêncio possui um gigante vínculo com toda a comunidade, mas se tornou um dos alvos do processo de privatização do ensino implementado pelo governador Romeu Zema (Novo). A escola também foi incorporada no “Novo” Ensino Médio (NEM), com professores dando aulas fora de suas áreas de atuação, o que afeta principalmente os estudantes do Ensino Médio Integral. A medida adotada durante a pandemia, aumentou a carga horária para extensivas 10 horas de aula – das quais algumas são gastas com o ensino não científico do NEM.
A maioria dos estudantes necessita trabalhar ou tratar das tarefas de casa e, uma vez que foi imposta esta medida, os números de evasão saltaram exponencialmente. O número de alunos da escola passou de de 254 estudantes em 2022 para 150 estudantes, muitos oriundos do mesmo bairro que a escola.
Em entrevista ao Jornal A Nova Democracia, uma professora da escola relatou que “primeiro que é uma demanda da comunidade, segundo que é garantido por uma lei que foi aprovada na Assembleia Legislativa, dia 4 de outubro, Lei nº 24.482. Minas Gerais tem um índice de evasão muito alto. Quem escolhe o modelo não é o governo, é a comunidade. Mas conosco foi diferente. Não foi uma demanda da comunidade, foi uma imposição do governo que tivemos que aceitar.”
A partir da luta, em 2024, os professores reverteram essa medida, conquistando uma turma de ensino médio regular. Entretanto, as turmas de ensino médio regular ainda continuam lotadas, com 40 estudantes.
Após a manifestação, a luta saiu fortalecida, com grande apoio popular pela abertura de mais uma turma de ensino médio regular, defendendo o direito de ensinar e aprender com unhas e dentes.