Desde 21 de fevereiro de 2025, professores da Rede Estadual de Ensino de Rondônia estão mobilizados por melhores condições de trabalho. Entre as principais exigências estão o reajuste do auxílio-alimentação (atualmente de R$ 253), gratificações para quem atua na zona rural e em jornadas extras, e críticas à precarização causada pelo Novo Ensino Médio.
Duas assembleias organizadas pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação em Rondônia (Sintero) reuniram educadores de várias regiões do Estado, como Vilhena, Ariquemes e Rolim de Moura. A primeira reuniu as pautas acima para serem levadas a uma mesa de negociação com representantes do Governo do Estado e Secretaria de Estado de Educação (Seeduc).
Na segunda assembleia, as propostas apresentadas pelo governo, como o concurso público em 2025 e o aumento do auxílio para R$ 500 foram consideradas como um “aumento insuficiente e desrespeitoso”, considerando o custo de vida atual e a importância de valorizar os profissionais da educação.
O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Rondônia (Unir) esteve presente declarando apoio à categoria e denunciando o sucateamento da educação promovido pelo Governo Marcos Rocha.
Tempo longo para votações e estudos aumenta insatisfação
Dois pontos específicos geraram uma indignação ainda maior entre os presentes: o adiamento da votação do piso salarial, o prolongamento do prazo para votação do vale-transporte e o estudo para implementação da titularidade.
Enquanto o governo planeja reduzir o vale-transporte devido à redução de 50% no preço das passagens de ônibus, a decisão final só será discutida em julho. Essa espera foi considerada inaceitável pelos trabalhadores, que argumentaram que as dificuldades enfrentadas pelos profissionais demandam respostas imediatas.
Além disso, o anúncio de um estudo para analisar a implementação da titularidade, com conclusão prometida para 31 de julho, também foi amplamente criticado. Professores e técnicos questionaram a morosidade do processo e cobraram uma posição mais concreta e urgente, destacando a necessidade de reconhecimento imediato de suas qualificações.
Insatisfação levou categoria a realizar paralisação
No dia 25 de março, os professores do Estado vindos em caravana de diversos distritos de Porto Velho e demais municípios realizaram uma manifestação que saiu da sede do Sindicato em direção à SEDUC. Revoltados, centenas de professores caminharam denunciando o desmonte acima mencionado e exigindo melhores condições de trabalho e dignidade.
Ao correspondente local de AND, um professor denunciou que: “esse governo que aí está (Marcos Rocha) foi eleito em cima do bolsonarismo, tem uma tendência muito grande, fascista, de tirar direitos elementares dos trabalhadores e provocou um grande problema, o desmonte da educação do estado de Rondônia. Só para você ter uma ideia, nós vamos para quase 10 anos sem concurso na educação, então hoje, cerca de 60% do quadro de professores do estado são professores com contratos emergenciais, com contratos precários, que depois de dois anos nem podem ser renovados e eles não recebem praticamente. é um trabalhador que faz o mesmo trabalho de um professor efetivo, concursado, ganhando menos. Quando você vai mobilizar a categoria, esse pessoal não se mobiliza porque eles têm medo, porque eles sobrevivem desse salário”.
Os professores da Rede Municipal também realizaram uma paralisação no dia 26 de março.