Profissionais da Educação e moradores realizam 2 protestos durante 5° dia seguido de operação

Além de afetar drasticamente o funcionamento dos serviços de educação e saúde, as operações policiais no Complexo da Maré deixaram 12 pessoas mortas em 17 operações somente entre os meses de janeiro e junho de 2024.

Profissionais da Educação e moradores realizam 2 protestos durante 5° dia seguido de operação

Além de afetar drasticamente o funcionamento dos serviços de educação e saúde, as operações policiais no Complexo da Maré deixaram 12 pessoas mortas em 17 operações somente entre os meses de janeiro e junho de 2024.

Na manhã do dia 23 de agosto, professores da rede pública de Educação do Complexo da Maré realizaram uma manifestação na escadaria da Prefeitura do Rio de Janeiro exigindo o fim das operações de despejo e da política terrorista de Estado que deixaram milhares de estudantes sem aula durante toda a semana. Algumas horas depois, milhares de moradores se encontraram no Parque União e realizaram uma nova manifestação que fechou novamente a Avenida Brigadeiro Trompowsky.

Os profissionais da Educação se reuniram nas escadarias do Centro Administrativo São Sebastião aproximadamente às 9 horas da manhã exigindo uma audiência com o prefeito da cidade Eduardo Paes (PSD) para dar fim às operações de despejo coordenadas pela Secretaria de Ordem Pública (Seop) e participação da Polícia Militar (PM) e da Polícia Civil. 

Os manifestantes denunciaram que foram obrigados a trabalhar em meio às operações após as notícias de suspensão das aulas por conta das operações circularem amplamente por toda a imprensa. 

Os professores ergueram um cartaz com uma imagem uma mira de fuzil e a frase Professores não tem peito de aço! Basta de operação policial nas comunidades! Pela segurança de crianças, moradores e profissionais da Educação. Por uma política de segurança pública responsável! Abaixo a política de morte de Claudio Castro e Eduardo Paes.

Cartazes denunciam operações policiais nas favelas. Foto; Reprodução

Os professores denunciam que o prefeito se contenta em fechar as escolas enquanto enviam a Seop para reprimir e expulsar os trabalhadores de suas casas, além da política genocida de Claudio Castro (PL) de sucatear cada vez mais os serviços públicos enquanto aumenta a repressão nas favelas através da PM. 

Além de afetar drasticamente o funcionamento dos serviços de educação e saúde, as operações policiais no Complexo da Maré deixaram 12 pessoas mortas em 17 operações somente entre os meses de janeiro e junho de 2024. Os números apresentam uma alta na letalidade policial.

Cerca de duas horas depois do início da manifestação dos professores, milhares de moradores se reuniram no Parque União e partiram em uma marcha para fechar novamente a Avenida Brigadeiro Trompowsky, uma das principais avenidas da cidade. A manifestação ocorre como parte de grandes manifestações que os moradores tem feito desde o dia 19/8, apesar da repressão policial.

Essa semana as operações aconteceram de forma ininterrupta, com a presença dos policiais e da Seop nas favelas desde as primeiras horas das manhãs. Os moradores relatam não aguentar mais viver nesse estado de guerra reacionária e prometem elevar suas mobilizações contra a política genocida de Claudio Castro e Eduardo Paes.

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