Na manhã do dia 23 de agosto, professores da rede pública de Educação do Complexo da Maré realizaram uma manifestação na escadaria da Prefeitura do Rio de Janeiro exigindo o fim das operações de despejo e da política terrorista de Estado que deixaram milhares de estudantes sem aula durante toda a semana. Algumas horas depois, milhares de moradores se encontraram no Parque União e realizaram uma nova manifestação que fechou novamente a Avenida Brigadeiro Trompowsky.
Os profissionais da Educação se reuniram nas escadarias do Centro Administrativo São Sebastião aproximadamente às 9 horas da manhã exigindo uma audiência com o prefeito da cidade Eduardo Paes (PSD) para dar fim às operações de despejo coordenadas pela Secretaria de Ordem Pública (Seop) e participação da Polícia Militar (PM) e da Polícia Civil.
Os manifestantes denunciaram que foram obrigados a trabalhar em meio às operações após as notícias de suspensão das aulas por conta das operações circularem amplamente por toda a imprensa.
Os professores ergueram um cartaz com uma imagem uma mira de fuzil e a frase Professores não tem peito de aço! Basta de operação policial nas comunidades! Pela segurança de crianças, moradores e profissionais da Educação. Por uma política de segurança pública responsável! Abaixo a política de morte de Claudio Castro e Eduardo Paes.
Os professores denunciam que o prefeito se contenta em fechar as escolas enquanto enviam a Seop para reprimir e expulsar os trabalhadores de suas casas, além da política genocida de Claudio Castro (PL) de sucatear cada vez mais os serviços públicos enquanto aumenta a repressão nas favelas através da PM.
Além de afetar drasticamente o funcionamento dos serviços de educação e saúde, as operações policiais no Complexo da Maré deixaram 12 pessoas mortas em 17 operações somente entre os meses de janeiro e junho de 2024. Os números apresentam uma alta na letalidade policial.
Cerca de duas horas depois do início da manifestação dos professores, milhares de moradores se reuniram no Parque União e partiram em uma marcha para fechar novamente a Avenida Brigadeiro Trompowsky, uma das principais avenidas da cidade. A manifestação ocorre como parte de grandes manifestações que os moradores tem feito desde o dia 19/8, apesar da repressão policial.
Essa semana as operações aconteceram de forma ininterrupta, com a presença dos policiais e da Seop nas favelas desde as primeiras horas das manhãs. Os moradores relatam não aguentar mais viver nesse estado de guerra reacionária e prometem elevar suas mobilizações contra a política genocida de Claudio Castro e Eduardo Paes.