Comunidade quilombola às margens do Rio Trombetas, Oriximiná, Pará (Foto: Carlos Penteado/arquivo CPI-SP)
O general e Secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Santa Rosa, anunciou em entrevista no dia 22 de janeiro um plano para construção da Usina Hidrelétrica no Rio Trombetas (Oriximiná-Pará). A Usina é parte do chamado “Projeto Barão do Rio Branco” para a construção e instalação de uma série de usinas hidrelétricas, além da conclusão de rodovias entre outras obras, para, supostamente, “integrar a região ao aparato produtivo nacional”.
Na entrevista, o general não fez nenhuma menção às comunidades indígenas e quilombolas às margens do Rio Trombetas que seriam inundadas pela usina. Ao contrário, o general, referindo-se à legislação que permite o destino de terras improdutivas à reforma agrária, comentou que “deve-se parar de tratar a Amazônia como latifúndio improdutivo”.
O chamado “Projeto Barão do Rio Branco” segue os padrões das obras faraônicas da grande burguesia burocrática na Amazônia, repletas de desvios de dinheiro e passando por cima dos interesses dos indígenas, camponeses e quilombolas.
Segundo o monopólio de imprensa, o plano há de ser aprovado logo nos primeiros cem dias do gerenciamento de Bolsonaro. O portal Amazônia alerta que na área do Rio Trombetas, onde localizam-se cerca de quatro terras indígenas e oito terras quilombolas, o governo planeja construir cerca de quinze usinas hidrelétricas, praticamente impossibilitando a vida desses povos, e, consequentemente, expulsando-os de suas terras para enriquecer as empreiteiras.