Reproduzimos uma notícia do portal Palestine Chronicle
A promotoria de Paris exigiu na quarta-feira uma sentença de oito meses de prisão suspensa para o ativista pró-palestino Elias d’Imzalène, informou a agência de notícias Anadolu.
Fontes disseram à Anadolu que o ativista francês compareceu ao tribunal, onde foi acusado de “provocação pública ao ódio ou à violência” por ter pronunciado a palavra “Intifada” durante um comício em Paris.
O tribunal também solicitou que ele pagasse uma multa de 2.000 euros.
D’Imzalène foi preso em 24 de setembro por ter convocado uma “Intifada” em um comício em Paris no dia 8 de setembro.
“Estamos prontos para liderar uma Intifada em Paris?”, ele teria perguntado aos manifestantes.
Ele acusou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da França, Emmanuel Macron, de serem “cúmplices de genocídio”, segundo a Anadolu.
Estudantes franceses em desafio
A França tem sido palco de inúmeras manifestações em apoio à Palestina e, apesar do apoio do governo francês a Israel desde o início do genocídio, vários líderes franceses têm se manifestado para denunciar os crimes contínuos de Israel contra os palestinos.
Em 5 de outubro, o líder do partido de esquerda La France Insoumise, Jean-Luc Mélenchon, manifestou seu apoio à resistência libanesa e exortou os estudantes franceses a continuarem a demonstrar solidariedade à Palestina e ao Líbano, informou a rede de notícias libanesa Al-Mayadeen.
Mélenchon fez os comentários em um comício em Paris em apoio à Palestina e ao Líbano. Ele respondeu aos comentários anteriores do Ministro do Ensino Superior da França, Patrick Hetzel, que denunciou as manifestações pró-palestinas em instituições como a Sciences Po Paris, dizendo que elas são contrárias aos princípios franceses de “neutralidade e secularismo”.
O líder esquerdista denunciou as observações do ministro ao afirmar que discutir “geopolítica, incluindo a situação em Gaza, não era uma afronta ao secularismo”.
“Falar sobre geopolítica não é um ataque ao secularismo”, enfatizou Melenchon.
“Peço aos estudantes que desafiem essa proibição e falem livremente, porque vivemos em um país livre”, acrescentou.
O líder esquerdista pediu aos estudantes que desafiassem o governo desfilando as bandeiras palestinas “sempre que possível” para mostrar sua solidariedade com a causa palestina.
Genocídio em andamento
Desrespeitando uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que exige um cessar-fogo imediato, Israel tem enfrentado a condenação internacional em meio à sua contínua e brutal ofensiva em Gaza.
Atualmente em julgamento no Tribunal Internacional de Justiça por genocídio contra palestinos, Israel vem travando uma guerra devastadora em Gaza desde 7 de outubro.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, 42.847 palestinos foram mortos e 100.544 ficaram feridos no genocídio contínuo de Israel em Gaza, que começou em 7 de outubro de 2023.
Além disso, pelo menos 11.000 pessoas estão desaparecidas, supostamente mortas sob os escombros de suas casas em toda a Faixa.
Israel afirma que 1.200 soldados e civis foram mortos durante a operação Al-Aqsa Flood em 7 de outubro. A mídia israelense publicou relatórios que sugerem que muitos israelenses foram mortos naquele dia por “fogo amigo”.
Organizações palestinas e internacionais afirmam que a maioria dos mortos e feridos são mulheres e crianças.
A guerra israelense resultou em uma fome aguda, principalmente no norte de Gaza, resultando na morte de muitos palestinos, em sua maioria crianças.
A agressão israelense também resultou no deslocamento forçado de quase dois milhões de pessoas de toda a Faixa de Gaza, sendo que a grande maioria dos deslocados foi forçada a ir para a cidade de Rafah, ao sul, densamente povoada, perto da fronteira com o Egito, no que se tornou o maior êxodo em massa da Palestina desde a Nakba de 1948.
Mais tarde, durante a guerra, centenas de milhares de palestinos começaram a se deslocar do sul para o centro de Gaza em uma busca constante por segurança.