Milhares de trabalhadores de São Paulo (SP) condenaram a violência policial, o genocídio do povo palestino e a escala 6×1 em um potente protesto no 1° de maio, o Dia do Internacionalismo Proletário. A marcha reuniu milhares na Avenida Paulista e contou com a presença de movimentos revolucionários.
O protesto começou na Praça Oswaldo Cruz e foi até a Fiesp. A avenida ficou lotada de cartazes com frases como: Fim da escala 6×1!, 4×3: se eles podem, nós também!. Os manifestantes também exigiram que o governo cumprisse promessas de campanha como a revogação da contrarreforma trabalhista.
Na Praça da Liberdade, manifestantes da Liga Operária estenderam enormes faixas com as consignas Pelo fim da escala 6×1! Pelo direito do trabalhador a maior descanso, estudo e lazer!.
Uma outra faixa estendida por ativistas da Unidade Vermelha – Liga da Juventude Revolucionária (UV-LJR) exigiu justiça pelo jovem congolês assassinado pela PM, Ngange Mbaye. O caso do jovem também foi lembrado em cartazes da União Nacional de Trabalhadores e Trabalhadores Camelôs, Ambulantes e Feirantes do BrasiI (Unicab).
Já ativistas da Liga Anti-Imperialista (LAI) levantaram a consigna: Anti-Imperialistas do mundo, uni-vos!. Os revolucionários denunciaram o imperialismo e saudaram a luta de libertação nacional na Palestina e as Revoluções em curso no Peru, Índia e Filipinas. Em dado momento, bombas de fumaça vermelha foram acionadas, dando o tom do protesto combativa. Os revolucionários também distribuíram panfletos para trabalhadores.
O jornal A Nova Democracia enviou um correspondente e brigadistas para a manifestação. Várias edições impressas do jornal foram vendidas.
Fraco e isolado, governo ignora as ruas
Se distanciando da agitação revolucionária e mesmo de outras centrais sindicais pelegas, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) decidiu fazer um ato próprio no ABC Paulista. A cúpula da central tentou convencer o presidente Luiz Inácio (PT) a comparecer ao ato, mas fracassou.
Luiz Inácio alegou que estava cansado demais depois de viagens internacionais para comparecer ao 1° de maio. O mais provável, contudo, é que o mandatário tenha escolhido evitar a manifestação para evitar o desgaste de aparecer em mais uma mobilização vazia.
O presidente também alegou que poderia ser mal interpretado caso comparecesse em um protesto, e não em outro, em São Paulo. Mas a verdade é que, se Luiz Inácio aparecesse no ato contra a escala 6×1, poderia até mesmo ser rechaçado, principalmente pelos movimentos revolucionários.
Isso porque, além de não fazer a pauta da escala 6×1 avançar, o presidente não honrou nenhuma de suas promessas de campanha para melhorar a vida da classe operária e demais massas trabalhadoras. Até hoje, por exemplo, ele não revogou a contrarreforma trabalhista.