Um grande protesto no centro da capital paulista condenou os casos de violência policial em São Paulo, dias depois em que policiais foram flagrados espancando idosas e jogando um homem de uma ponte em diferentes cidades paulistas.
“Esse é o caso isolado número 10 milhões”, disse o rapper Eduardo Taddeo, tio de Gabriel Renan da Slva Soares, que foi executado com oito tiros nas costas por um policial de folga.
O protesto concentrou manifestantes, movimentos populares e familiares de vítima de violência policial. Eles também exigiram a demissão do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilhermme Derrite, e a saída do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Derrite tem sido o principal alvo das denúncias, tanto por ser o secretário de Segurança Pública quanto por ter um histórico favorável à violência policial desde que era agente do batalhão Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota).
O governador Freitas também tomou parte ativa na violência policial contra o povo paulista. Foi ele que elaborou, com Derrite, as duas Operações Escudo, que contaram com casos de execuções, torturas e outras violações.
Sob a gestão de Freitas, a PM paulista matou 712 pessoas somente em 2023. O número é 74% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.
A mobilização popular tem conquistado processos e prisões contra os policiais assassinos. Ontem, (5/12), o policial Luan Felipe Alves Pereira, que lançou um homem vivo de uma ponte, foi preso. A denúncia só foi adiante porque um civil gravou a tentativa de assassinato. Os outros policiais na cena não denunciaram e nem serão julgados por omissão ou cumplicidade, apesar de terem cometido ambos os crimes.
No mesmo dia, o policial que assassinou Gabriel Renan da Silva Soares, sobrinho de Eduardo Taddeo, também foi preso. Na ocasião da prisão, o Ministério Público afirmou que o soldado é investigado por outras 3 mortes em 10 meses de atividade policial. A juíza disse que o policial disparou 11 tiros contra o rapaz, que estava desarmado.