Com informações de Den Volke Dienem (Servir ao Povo, em português)
Desde novembro do ano passado, manifestantes enfrentam diariamente policiais e militares em Honduras. Depois de uma eleição fracassada, considerada como adulterada por muitos, o país está em profunda crise política desde então. Apesar de um toque de recolher temporário e já 31 manifestantes mortos, os protestos reiniciaram nos dias 27 e 28 de janeiro quando o novo velho gerente de turno Juan Orlando Hernández anunciou assumir o cargo.
Fazem pouco mais de dois meses desde as eleições que ocorreram em novembro de 2016 e Honduras ainda continua em tumulto. Considerado ter liderança nas pesquisas iniciais no dia da eleição, a candidata presidencial Nasralla perdeu as eleições no final para o ex-presidente Hernández por uma pequena margem, presumida por muitos através da fraude.
Honduras é um dos países mais pobres da América Latina e todo o hemisfério ocidental. Mais de 60% da população vive em situação de pobreza sob altíssimas taxas de desemprego. Sendo mantido no subdesenvolvimento pelos vários imperialistas, mais notadamente o imperialismo do USA, o principal setor econômico em Honduras é a agricultura, onde predomina o latifúndio com a maioria dos produtos exportados. Para o povo hondurenho, a questão da opressão e da exploração não está, portanto, muito se um ou outro candidato ganhou. Nenhum “presidente” eleito acabou, nem nunca acabará com o caráter semi-colonial de seu país. Isso só pode ser alcançado através da luta.
A fúria das pessoas é dirigida contra a reação, a polícia e o aparto militar, que os estão assassinando por suas justas demandas, contra os cortes de seus direitos (como o toque de recolher a partir das 18h às 6h da manhã, que foi estabelecido em dezembro), contra o aumento constante dos custos da vida diária (por exemplo, o aumento dos preços da gasolina em 10% no ano passado), contra o governo semicolonial que, com a farsa eleitoral, mais uma vez se deslegitima e, especialmente, contra a intervenção imperialista em seu país. Essas são as razões pelas quais as pessoas, alimentadas pela crise política no país, estão dispostas a sair na rua dia a dia para se manifestar, atacar, construir barracas e enfrentar policiais e militares, sob toque de recolher ou não.