No dia 8 de maio, manifestantes saíram às ruas das periferias de Kariobangi e Korogocho, em Nairóbi, capital do Quênia, queimando carros e erguendo barricadas para protestar contra o terrorismo de Estado que expulsou 7 mil habitantes de suas moradias quatro dias antes. A polícia reacionária respondeu com mais repressão, que escalou o conflito a toda a cidade de Nairóbi.
Protestos em Nairóbi (Fonte: VOA News)
No dia 4 de maio, os moradores foram expulsos de suas casas porque o governo desejava “retomar suas terras” para a Companhia de Água e Esgoto. Os moradores, muitos que viviam na região por mais de dez anos, se depararam com a polícia e a Companhia de Água e Esgoto nas suas portas, com escavadeiras prontas para expulsar as famílias. Um tribunal havia decidido alguns dias antes em favor dos moradores para interromper as demolições, mas as “autoridades” não o respeitaram.
Demolições em Kariobangi do Norte, 4 de maio (Fonte: DOUGLAS OKIDDY)
Os moradores do Korogocho e de Kariobangi do Norte, que antes já viviam em favelas e em situações precárias, estavam agora desabrigados, no meio de uma pandemia, com 700 casos confirmados e 33 mortes no país. Contra essa opressão sistemática, os moradores se revoltaram contra o velho Estado e organizaram um grande protesto para o dia 08/05.
Os manifestantes se reuniram e fecharam a Outering Road, bloqueando o trânsito e enfrentando a repressão policial.
Com o avanço do protesto para a cidade inteira, barricadas foram formadas e a polícia intensificou seu ataque, atirando com balas de arma de fogo, que feriram ao menos um cidadão. A polícia também atirou em casas e estabelecimentos de pequenos comerciantes que receberam um curto período para abandonar o lugar.
Moradores deixam suas casas após demolição (DOUGLAS OKIDDY)