Reitoria da UERJ corta água e gás de ocupantes 

Na noite de quinta-feira (19), após um longo dia de lutas, a reitoria da UERJ de Gulnar Azevedo e Bruno Deusdará cortou a água dos estudantes ocupantes em uma clara tentativa de fazê-los desocupar utilizando todo tipo de prática degradante.

Reitoria da UERJ corta água e gás de ocupantes 

Na noite de quinta-feira (19), após um longo dia de lutas, a reitoria da UERJ de Gulnar Azevedo e Bruno Deusdará cortou a água dos estudantes ocupantes em uma clara tentativa de fazê-los desocupar utilizando todo tipo de prática degradante.

Manhã de lutas

Às onze horas da manhã, centenas de estudantes se reuniram em frente ao portão 5 da universidade, na Rua São Francisco Xavier e realizaram uma manifestação em repúdio à decisão de reintegração de posse acatada na terça-feira (17) a pedido da reitoria. 

No meio do ato, os estudantes da Faculdade de Enfermagem, ocupada desde 26 de agosto, chegaram com um bloco massivo, cantando palavras de ordem em que reafirmavam sua decisão em apoiar a ocupação até a revogação total do AEDA, medida que põe fim à assistência estudantil para mais de 6 mil estudantes. A polícia militar foi acionada para tentar intimidar e cercar a mobilização. 

Os manifestantes marcharam rumo ao hall central da universidade, onde se concentraram para resistir a qualquer tentativa de fazê-los desocupar. Durante as falas, os estudantes ressaltaram a justeza de sua causa e denunciaram os constantes ataques da reitoria. 

Ataques paramilitares 

Na tarde do mesmo dia, os estudantes foram atacados por seguranças e agentes paramilitares à paisana. Os estudantes entraram em confrontos com os agentes paramilitares ao tentarem impedir que o bando chegasse à reitoria, centro da ocupação. A batalha teve duração de aproximadamente 30 minutos. Os estudantes denunciaram que se tratava de uma escalada na repressão promovida pela reitoria de Gulnar Azevedo. Enquanto os estudantes eram reprimidos e espancados, o vice-reitor Bruno Deusdará e o pró-reitor Daniel Pinha foram vistos dando risadas próximos ao restaurante universitário.

Estudantes furam bloqueio fascista

A fim de impedir que mais estudantes se juntassem e apoiassem a luta estudantil, os responsáveis pela segurança mandaram fechar todos os portões e intimidaram todos aqueles que tentassem entrar na universidade e apoiar a luta estudantil. Mesmo assim, um grupo de mais de 15 alunos pularam o portão 5 e se incorporaram aos ocupantes no Pavilhão João Lyra Filho.

Sem temer a repressão, um novo grupo de estudantes organizou e pulou o portão 3. Dezenas de vigilantes e alguns Policiais Militares, chamados ao campus pela reitoria, tentaram impedir, mesmo assim a maioria conseguiu passar pelo bloqueio. O que se seguiu foi uma nova batalha, onde seguranças socavam e arrastavam os jovens pelos pés. 

Quando os seguranças partiram para cima, a massa que estava em volta se enfureceu, mandando-os não agredir os estudantes. Mesmo assim a polícia militar atirou bombas de gás lacrimogêneo para tentar intimidar a juventude.  A maioria dos estudantes conseguiram passar para a ocupação e superaram as barreiras fascistas. 

Após o grupo regressar à universidade foi realizada uma plenária. O vice-reitor Bruno Deusdará chegou a afirmar que aceitaria negociar com os comandos de greve em caso de desocupação. Em conjunto, os estudantes gravaram um vídeo afirmando que aceitariam realizar uma mesa, contudo sem deixar a ocupação. Em seguida os estudantes se direcionaram para as principais entradas do pavilhão e reforçaram a segurança. 

REItoria corta água da Uerj e tortura estudantes. 

Aproximadamente às 22 horas, os estudantes da UERJ constataram que as águas do prédio foram cortadas, ameaçando drasticamente a saúde dos ocupantes em uma nova tentativa de fazê-los desocupar seja pela sede, seja pelas condições higiênicas.

Durante a primeira ocupação do prédio, no dia 15 de agosto, a reitoria de Gulnar Azevedo chegou a impedir o acesso ao restaurante universitário com o objetivo de desocupar a UERJ pela fome, o que não aconteceu. Na ocasião, mesmo sob forte e brutal repressão por parte dos seguranças, a luta garantiu a ocupação da reitoria.

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