Reitoria da Uerj usa do monopólio de imprensa para atacar estudantes

Durante entrevista, a reitoria reintegrou que permancerá seu ataque à assistência estudantil e não revogar a Aeda da fome, medida que afeta diretamente a permanência de mais de 6 mil estudantes.

Reitoria da Uerj usa do monopólio de imprensa para atacar estudantes

Durante entrevista, a reitoria reintegrou que permancerá seu ataque à assistência estudantil e não revogar a Aeda da fome, medida que afeta diretamente a permanência de mais de 6 mil estudantes.

A reitoria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) realizou na tarde do dia 22 de agosto uma coletiva ao monopólio de imprensa em que voltou a atacar a greve de ocupação estudantil que tomou por completo o principal prédio da universidade dois dias antes. Durante a entrevista, a reitoria reintegrou que permancerá seu ataque à assistência estudantil e não revogar a Aeda da fome, medida que afeta diretamente a permanência de mais de 6 mil estudantes.

A coletiva aconteceu um dia após a reitora criminalizar a luta estudantil caracterizando-a como um “sequestro”, o que foi amplamente endossado pelo monopólio de imprensa. Não é de hoje que o monopólio de imprensa é utilizado pela reitoria da Uerj para justificar todas as violações de direitos que vem sendo promovidas.

A Folha de São Paulo, em matéria publicada no dia 21/8, afirmou que as agressões dos seguranças da universidade aos alunos teriam sido em decorrência de uma manifestação, ocultando que na realidade foi a reitoria que enviaram os seguranças da empresa de segurança privada Conquista e seguranças concursados para agredir e tentar expulsar os alunos, que garantiram a ocupação na reitoria. 

A realidade é que a manifestação aconteceu um dia antes, no dia 14/8, foi decidida em uma Assembleia Estudantil realizada no dia 8/8, que decidiu pela manutenção da greve após um massivo rechace ao Diretório do Centro Estudantil (DCE).

Após o ato do dia 14/8, os estudantes em luta decidiram em expandir a ocupação para todo o prédio principal. A decisão de enviar os seguranças para reprimir, contudo, foram feitas diretamente pela reitoria, endossada pelos seguranças concursados e pelos responsáveis pela empresa de “segurança privada” Conquista.

O que a Folha oculta é que a ação aconteceu de forma ilegal, uma vez que aconteceu sem qualquer ordem de reintegração de posse, além de ter recebido profunda reprovação da categoria de vigilantes, expressada em uma nota do Sindicato dos Vigilantes do Município do Rio de Janeiro (SINDVIG-RIO) que caracterizou a ordem da reitoria e da Conquista como ataques a justa luta dos estudantes pelo direito a assistência estudantil como uma irresponsabilidade que colocava tanto os estudantes quanto os próprios vigilantes em perigo.

O SINDVIG-RIO frequentemente denuncia a Conquista por atrasar o pagamento dos seus trabalhadores e parcelar ao máximo seus benefícios e em sua nota recente exaltou que a luta estudantil tem em sua pauta o pagamento imediato dos salários de todos os terceirizados. 

O monopólio insiste em demonstrar seu amplo desconhecimento do histórico da luta estudantil ao afirmar que a manifestação do dia 20 de agosto, que culminou na segunda ocupação total do prédio foi em decorrência da última reunião do Conselho Universitário (Consun). A manifestação em questão já havia sido acordada em uma ampla Assembleia Estudantil no dia anterior, enquanto as agressões da reitoria no Consun foram apenas mais um impulso para que os estudantes seguissem acreditando na justeza de sua causa.

Ao mencionar o Consun, o monopólio de imprensa endossa as mentiras da reitoria que teriam afirmado que os estudantes agrediram os docentes, enquanto imagens da agressão do conselheiro universitário Abelha foram amplamente compartilhadas. Nenhuma palavra do monopólio de imprensa foi destinada às participações do pró-reitor Daniel Pinha e do vice-reitor Bruno Deusdará nas agressões e perseguições aos estudantes. Também não foi mencionado o absurdo fechamento do Restaurante Universitário da UERJ como forma de fazer os estudantes desocuparem a universidade pela fome, ação que levou ao desperdício de mais de 100kg de comida. 

Em um portal auxiliar do monopólio de imprensa, menor e mais raivoso, um jornalista, após uma série de ataques que repetiam a ladainha da reitoria e do monopólio de imprensa, procurou deslegitimar a luta dos estudantes reproduzindo a velha ladainha que diz que os direitos sociais não seriam mais do que presentes do velho Estado e, portanto, poderiam ser retirados no momento que achasse conveniente.

O referido jornalista, em tom de arrogância e em busca de autoridade intelectual recorre a um radialista reacionário estadunidense que procura sugerir que o direito é um “sentimento” e “crença” “de que você não deve aos outros, mas que os outros devem a você.”

Não poderia ser mais idealista e mentiroso. A ocupação estudantil que há quase um mês vem agitando o Rio de Janeiro vem demonstrando na prática que o direito é um fato que só pode ser conquistado através da luta concreta e combativa. 

A organização estudantil em comissões de enfermaria, jurídica, psicossocial, alimentícia e de defesa voltados para luta pela revogação da Aedada fome é prova que o povo não deve nada aos seus parasitas, sejam eles oportunistas, fascistas ou ao monopólio de imprensa.

A ocupação também está promovendo atividades. Na quarta-feira dia 21/8, foi realizada uma aula pública sobre o histórico método do movimento estudantil e da luta popular num geral que é a greve de ocupação. Na quinta-feira, 22/8, os estudantes realizaram uma mesa sobre saúde mental. Atividades como cine debates, sarau e outras oficinas também estão sendo realizados pelos estudantes como forma de manter a universidade viva e a serviço da luta.

Para os apoiadores interessados em contribuir com a ocupação, os estudantes estão aceitando doações através da chave pix: [email protected].

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