A repórter palestina Shireen Abu Akleh, do jornal Al Jazeera, foi assassinada com um tiro na cabeça por tropas israelenses na cidade de Jenin, norte da região ocupada da Cisjordânia, nesta quarta-feira. A repórter estava cobrindo uma incursão militar israelense na área quando foi alvejada. O corpo de Abu Akleh foi coberto por uma bandeira da Palestina ao ser recepcionado em grande comoção por milhares de palestinos que esperavam na Universidade al-Najah, em Nablus.
Além de Abu Akleh, outros três jornalistas estavam cobrindo a incursão, todos identificados com coletes e capacetes de imprensa. Segundo eles, as tropas israelenses abriram fogo deliberadamente contra a equipe, e não havia confronto nenhum com outras forças militares acontecendo. Outro jornalista do Al Jazeera, Ali al-Samoudi, foi alvejado nas costas, mas se encontra em condições estáveis. “O exército de ocupação [israelense] não parou de atirar nem depois de ela colapsar. Eu não pude nem estender meu braço para puxá-la por causa dos tiros disparados. O exército foi inflexível ao atirar para matar”, declarou Shatha Hanaysha, uma jornalista local, ao Al Jazeera.
Após ser dada como morta em um hospital em Jenin, o corpo de Abu Akleh foi levado para a Universidade al-Najah, na cidade palestina de Nablus, na Cisjordânia. A autópsia confirmou que o motivo da morte foi o tiro dos soldados sionistas.
Um funeral massivo, com a presença de milhares de ativistas, foi organizado no dia seguinte no distrito de Ramallah.
Massas repudiam assassinato
O povo palestino tem feito diversas ações como forma de repúdio à agressão das tropas israelenses e por uma investigação feita exclusivamente por médicos palestinos, sem a interferência de autoridades israelenses. Desde ontem, protestos ocorreram em diversas regiões, como nas cidades israelenses de Haifa, Istambul e Nazaré e nas cidades de Hebron e Gaza, na Cisjordânia.
Também em Gaza, manifestantes pintaram um grande mural em homenagem à jornalista. Manifestantes se reuniram em frente à casa da jornalista em Beit Hanina, Jerusalém Oriental, para protestar contra o assassinato. O protesto foi reprimido pelas forças policiais e as massas responderam com pedras, bloqueios de rodovias e confrontos com a polícia.