Resistência Camponesa: Áudio mostra atuação PM de Rondônia a serviço do latifúndio

Resistência Camponesa: Áudio mostra atuação PM de Rondônia a serviço do latifúndio


Reproduzimos denuncia da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) de Rondônia e Amazônia Ocidental, veiculada no Jornal Resistência Camponesa, sobre policiais que servem de pistoleiros para latifundiários da região.


Pistoleiros e policiais militares de Ariquemes, Machadinho d’Oeste, e distrito do Quinto BEC, conformam um bando armado que prestam serviços de pistolagem a fazendeiros da região. O bando é comandado pelo PM Claudenir do Quinto BEC (dono de autoescola no mesmo distrito) e pelo PM Arruda do Grupamento de Operações Especiais (GOE). Além de atuarem como pistoleiros dentro das fazendas, os policiais fornecem ilegalmente armas e munições.

Esse bando armado foi contratado e financiado pelo latifundiário Tiago Lopes Moura, herdeiro das terras da fazenda Jatobá, localizado a cerca de 45 km de Machadinho do Oeste, que como a esmagadora maioria dos latifúndios da região são terras griladas da União.

Além de contratar aberta e impunemente os serviços de pistolagem de bando armado composto por policiais militares, o latifundiário conta com a cumplicidade, proteção e apoio dos órgãos do velho Estado através de juízes, delegados e polícia militar.

Não é nenhuma novidade em Rondônia que policiais atuam como pistoleiros, cometem toda sorte de crimes contra camponeses, incluindo torturas e assassinatos, e são sempre acobertados pela cúpula da área de segurança do Estado e seus aparatos que servem aos interesses do latifúndio.

Os áudios vazados apenas mostram um caso concreto das criminosas relações dos órgãos e agentes do velho Estado com a pistolagem do latifúndio. Longe de ser exceção, tais práticas são recorrentes, ocorrem impunemente e de forma generalizada no campo.

Charge de Carlos Latuff denunciando a atividade de pistoleiros no estado de Rondônia. Foto: Banco de Dados AND

No caso concreto desse latifúndio (fazenda Jatobá) há histórico de abusos e torturas contra os camponeses. Por exemplo no ano de 2015, 12 elementos com armas de fogo de grosso calibre e vestidos com roupas camufladas invadiram um acampamento de camponeses na fazenda, e após darem vários tiros para cima, renderam quem estava no local, ameaçaram, bateram, torturaram e roubaram os acampados. Um dos acampados teve a orelha queimada com um isqueiro para dar informações e outro apanhou de facão. Após cometerem tais crimes, os pistoleiros se dirigiram para a sede da fazenda. Posteriormente após denúncias dos camponeses, a própria polícia encontrou as armas, roupas e outros materiais usados na ação criminosa na sede da fazenda Jatobá. Tais fatos foram inclusive noticiados na época, porém os crimes do latifúndio e seu bando armado seguiu impune.

Atualmente ademais da atuação dos bandos armados, rumores na região dão conta que a força nacional de segurança está planejando uma operação em conjunto com os policiais que estão atuando na região para atacar acampamentos existentes na área.

Conclamamos a todos os verdadeiros democratas, intelectuais honestos, estudantes, professores, camponeses, trabalhadores da cidade, comerciantes, ao povo de Rondônia e de todo país, a repudiar e denunciar os crimes do latifúndio e seus bandos armados e a prestar solidariedade aos camponeses para barrar os graves ataques planejados contra a luta camponesa.

E especialmente as pessoas democráticas e honestas de Machadinho d’Oeste e região, pedimos que apoiem os camponeses em luta pela terra. Todos sabemos que os latifundiários ladrões de terra só trazem misérias, desgraças, exploração e nem sequer compram nos comércios das pequenas cidades. Somente com o crescimento das tomadas de terras pelos camponeses pode haver progresso e prosperidade para o povo, principalmente para os camponeses pobres, para os pequenos e médios comerciantes.

Fim dos crimes do latifúndio e seus bandos armados!

Conquistar a terra! Destruir o latifúndio!

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