Milhares de palestinos começaram hoje (15/1) as comemorações pelo cessar-fogo após o anúncio, pela Israeli Broadcasting Authority, de que o Estado nazi-sionista de Israel aceitou o acordo. O Hamas já havia anunciado seu aceite. O acordo cumpre o objetivo tático para impulsionar a organização da resistência e foi apoiado por outras organizações, como a Jihad Islâmica Palestina. O derrotado Benjamin Netanyahu, que inicialmente negou, foi obrigado a aceitar o acordo.
O cessar-fogo deve começar dentro de dois ou três dias, segundo fontes do Catar. As diretrizes firmadas no acordo pelo Hamas iniciam um cessar-fogo de seis semanas, a retirada total das forças de ocupação israelense do centro de Gaza, o retorno da população deslocada pela agressão sionista ao norte do enclave e a libertação de mais de mil prisioneiros palestinos, dentre eles palestinos sentenciados à prisão perpétua. Em troca, serão entregues inicialmente pela resistência 33 cativos israelenses.
Os termos confirmam a iniciativa da Resistência Nacional Palestina sobre o acordo. O cessar-fogo, mesmo que venha a ser violado pelo Estado sionista, permite que as forças da Resistência Nacional se reorganizem, impõe a retirada das tropas sionistas do território palestino e engrossam as fileiras da Resistência, seja pelo apoio popular dos palestinos em Gaza ou recém-libertos, seja pelo ingresso de fato nas organizações patrióticas.
Além disso, a Resistência Nacional Palestina mostrou que um povo pode, ao aplicar os métodos corretos de luta armada, construir suas próprias forças armadas e se apoiar nas massas populares, destruir os mais poderosos exércitos.
“O acordo para interromper a agressão a Gaza é uma conquista para nosso povo, nossa resistência, nossa nação e os povos livres do mundo. Ele marca uma etapa fundamental na luta contínua contra o inimigo, abrindo caminho para alcançar os objetivos de libertação e retorno do nosso povo.”, declarou o Hamas, em pronunciamento oficial.
O clima na Faixa de Gaza é de festa. Milhares de palestinos tomaram as ruas com bandeiras das organizações de Resistência Nacional. Um jornalista foi levantado nos ombros pelo povo enquanto dava o anúncio do cessar-fogo.
Netanyahu em maus lençóis
Ao mesmo tempo, no lado da ocupação sionista, manifestações condenaram a demora do primeiro-ministro nazisionista Benjamin Netanyahu para aceitar o acordo. Inicialmente, Netanyahu negou a possibilidade de firmar o cessar-fogo, porém, devido ao risco iminente do colapso interno em Israel, foi obrigado a aceitar as condições, segundo analistas do portal Al Jazeera.
Netanyahu, que prometeu “encerrar a guerra sob a condição única da destruição completa do Hamas”, terminou com uma derrota política e militar completa. O Estado de Israel está em um nível de isolamento internacional sem precedentes, com condenações ao Estado e seus representantes em cortes internacionais. Ações de boicote, sabotagens e protestos condenam o sionismo em todo o mundo. Israel fracassou em realizar uma Segunda Nakba, em realizar uma limpeza étnica e em destruir a Resistência Nacional Palestina.
O imperialismo ianque realizou pressões pelo firmamento do acordo com condições próprias, que foram inviabilizadas pela resistência. O reacionário secretário de estado dos EUA, Antony Blinken, defendeu que fosse a colaboracionista “Autoridade Palestina” a governar a Faixa de Gaza após a resolução dos acordos. Porém, segue o fato inconteste de que é do Hamas o principal organizador do povo palestino em Gaza.