Revoltados após enchentes evitáveis, moradores de Manaus bloqueiam rua e enfrentam a PM por 2 dias seguidos

Moradores incendiaram barricadas e dispararam fogos de artifício contra PMs que tentaram reprimir protesto.
Barricadas foram incendiadas na zona oeste de Manaus. Foto: Reprodução

Revoltados após enchentes evitáveis, moradores de Manaus bloqueiam rua e enfrentam a PM por 2 dias seguidos

Moradores incendiaram barricadas e dispararam fogos de artifício contra PMs que tentaram reprimir protesto.

Nos dias 28 e 29 de abril, moradores do bairro Compensa, na zona oeste de Manaus, incendiaram barricadas e enfrentaram a repressão policial durante combativas manifestações em rechaço à negligência do velho Estado com as várias casas que foram destruídas com os últimos temporais e alagamentos na região.

Durante o ato do dia 28/04, os manifestantes fecharam os dois lados da Avenida Brasil, a principal via de tráfego na região, com barricadas em chamas. Diante da repressão policial que surgiu para conter o protesto, as massas reagiram lançando fogos de artifício e pedras contra os agentes.

Em um dos vídeos do confronto, é possível ouvir uma mulher escancarando sua revolta e gritando contra a polícia: “O Estado não dá nada pra nós não, seus cuzão. O Estado não dá nada pra nós não”, grita ela. A resistência dos moradores foi vitoriosa e eles mantiveram a avenida fechada por horas.

No dia seguinte, o povo se reuniu novamente, dessa vez na rua Prosperidade. Os PMs reprimiram a manifestação antes mesmo do início e desfizeram a barricada que estava sendo montada. Os trabalhadores, porém, não se deram por vencidos e mantiveram o protesto na rua.

Motivações dos protestos

Os moradores estavam revoltados com a negligência do Estado que permitiu, mais uma vez, que casas fossem destruídas durante temporais em Manaus.

As chuvas caíram no dia 26/04. Dados da Defesa Civil contaram ao menos 37 ocorrências em decorrência da falta de estrutura para o temporal; 10 delas foram na zona oeste da cidade. O bairro da Compensa foi um dos locais mais afetados pelos desastres que poderiam ter sido evitados.

Uma das moradoras da região afirmou sob sigilo de identidade que: “Estamos no prejuízo! Nossas casas estão alagadas e todas as vezes que chove é essa sacanagem aqui na Avenida Brasil. Quando pedimos ajuda, eles só fazem um remendo. Já perdi cama, geladeira e muitas coisas. Não aguentamos mais sofrer por isso”.

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