Nos dias 17, 18 e 19 de novembro, na cidade de Barra Mansa, ocorreu o evento “Anime Fest Fan”, do Grupo Akai. O evento foi anunciado com “entrada gratuita”, mas apoiadores que estavam presentes no local afirmaram que o “benefício” só era concedido a quem fizesse cadastro no sítio da Enel Play Energy, vinculado à grande empresa de energia, Enel. O patrocínio da empresa, que também forneceu a estrutura energética, ao evento gerou questionamentos sobre as prioridades dos magnatas frente às constantes falhas nos serviços oferecidos pela Enel às massas populares de São Paulo e Rio de Janeiro. 

No mesmo mês do evento, diversas cidades e bairros de SP e RJ foram afetadas pela falta de luz causada pelos serviços precários da Enel. No Rio de Janeiro, bairros de São Gonçalo ficaram sem luz por mais de 50 horas, em um descaso que foi respondido com protestos populares em diversos pontos do município. Em SP, foram mais de quatro dias de apagão que afetou pelo menos 500 mil pessoas. 

A empresa “privada” (não-estatal) de energia atua também na região Sul fluminense, no município de Resende, que também relatou problemas de apagão no mês de novembro e dezembro. 

Segundo o portal Brasil de Fato, além do descaso absoluto com o povo, a grande empresa de energia realizou uma demissão em massa de 36% dos trabalhadores empregados. A demissão, além de lançar os trabalhadores ao relento, agravou o quadro de serviço precário da empresa pela falta de assistência técnica. O religamento de energia em diversas regiões foi atrasado. 

Foram realizadas tentativas de contato com membros da organização responsável pelo evento, tanto diretamente com o presidente do grupo Akai, para entender as ligações com a Enel, o patrocínio de entradas gratuitas e o papel da empresa no apoio logístico e financeiro ao evento, mas não houve respostas. 

Apesar do silêncio, fica claro quais são as prioridades da empresa de energia Enel. Nas regiões que atua, fornece um serviço precário para as massas populares, vítimas de apagões por dias. O quadro é ainda mais agravado pela demissão em massa dos funcionários da grande empresa, expressão da lógica dos magnatas de cortar ao máximo os gastos, na demissão de funcionários e precariedade dos serviços, para se atingir o lucro máximo.

Nesse quadro, seguem ainda com o patrocínio de eventos objetivando a expansão das operações da grande empresa em novos municípios que serão vítimas do serviço porco e apagões.