RJ: Assassinato de vereadora é crime do velho Estado

RJ: Assassinato de vereadora é crime do velho Estado

A vereadora Marielle Franco foi assassinada com quatro tiros no bairro do Estácio, Zona Norte do Rio de Janeiro, às 21 horas do dia 14 de março, quarta-feira. Segundo os primeiros resultados da investigação, não houve roubo e a vítima não esboçou reação, reforçando a tese de execução sumária. Além de Marielle, o motorista também foi morto e uma assessora foi ferida por estilhaços.

A tese de execução sumária é a que prevalece na linha de investigação. Segundo as investigações, os assassinos, que estavam em dois carros, monitoraram Marielle por horas e, antes de consumar o ataque, perseguiram-na por ao menos quatro quilômetros. Um dos carros, com placa de Nova Iguaçu (município da região metropolitana do Rio), foi visto na perseguição.

Além disso, os criminosos sabiam exatamente a posição que ela ocupava no carro. Ao todo, foram disparados 13 tiros. Ao parar em um sinal e emparelharem-se os carros, foram efetuados os disparos. O motorista, Anderson Pedro Gomes – que estava fazendo “bico” para sustentar a família –, também foi alvejado por ao menos três tiros e morreu.

A munição da arma que foi usada no crime veio da Polícia Federal (PF). A munição foi adquirida pela PF em 2006, num carregamento comprado às equipes policiais de Brasília. Provavelmente, os criminosos adquiriram, direta ou indiretamente, por meio de corrupção no interior da PF.

No dia 10 de março – quatro dias antes de sua execução –, Marielle publicou em sua rede social uma nota de repúdio à ação do 41ª Batalhão da Polícia Militar (BPM), na qual, segundo denunciou ela, os policiais jogaram corpos de dois jovens em um rio após cometerem os assassinatos. O 41ª BPM é amplamente conhecido pelos bairros e favelas da Zona Norte como um antro de bandidos, especialistas em abusos, execuções e torturas de massas desarmadas.

O bárbaro crime gerou ampla comoção social, principalmente por se tratar de uma ativista que, apesar de ilusões com a chamada “luta parlamentar” ou com os “espaços democráticos” – ilusão que facilitou a ação dos criminosos -, teve um histórico de denúncias aos crimes do velho Estado contra o povo.

Tudo aponta para a tese de execução por retaliação e uma ameaça a todos os democratas e aqueles que denunciam as ações de guerra das tropas do velho Estado brasileiro, agora comandadas pelas Forças Armadas.

Carro de Marielle foi metralhado em plena região central da cidade. Tudo indica que seja execução

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