Dezenas de pessoas realizaram no dia 9 de dezembro um ato político-cultural na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, em defesa do fim do processo contra Caio Silva e Fábio Raposo, perseguidos injustamente em um processo político há dez anos. O evento também elevou a solidariedade com o povo palestino e sua guerra de resistência nacional.
Além de falas e intervenções contra o processo político e de solidariedade à Palestina, o evento também contou com a participação de artistas populares. Músicas e poemas foram apresentados na praça, intercalados pela exibição de um documentário sobre o caso de Caio Silva e Fábio Raposo que explicitam fatos omitidos pelo velho Estado e monopólio de imprensa. Durante todas as intervenções foi destacado como a perseguição ao dois ativistas é, na verdade, uma manifestação da criminalização da luta popular, e particularmente das heroicas jornadas de 2013-2014, se tratando de uma clara perseguição politica.
Os participantes do evento também distribuíram panfletos que condenavam a perseguição contra Caio e Fábio e contra todos os presos políticos. Também foi realizado um jogral convidando a todos a comparecerem ao julgamento dos dois ativistas, que ocorrerá na terça-feira, dia 12, às 12 horas, e a demonstrarem sua solidariedade exigindo o fim imediato aos processos e o cancelamento do julgamento.
O ato político-cultural ocorreu na sucessão de diversas atividades no Rio de Janeiro em condenação ao processo político contra Caio Silva e Fábio Raposo. No dia 1° de dezembro, uma plenária ocorreu no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro para exigir o fim do processo. No texto de convocação ao evento, os organizadores declararam que:
“A criminalização de Caio e Fábio se confunde com a própria criminalização do protesto popular, e foi a maneira que o Estado encontrou para desmobilizar e desestimular a participação em manifestações públicas. Lembrando que até aquele momento na cidade do Rio de Janeiro as manifestações atraíam grandes massas e contavam com grande apoio popular. E soma-se a isso a campanha que se iniciava contra a realização da Copa do Mundo com a palavra de ordem ‘Não Vai ter copa’ repercutindo por todo o país”, e concluíram com a afirmação “mais que uma simples defesa de Caio e Fábio, o que está em jogo atualmente é o direito do povo lutar pelos seus direitos, e que este processo injusto não é apenas uma forma de criminalizar estes dois manifestantes, mas o próprio direito de lutar e resistir à violência cometida pelo Velho Estado”.