Foto: Rodrigo Duarte Baptista/A Nova Democracia
Um auditório lotado com 350 pessoas. Este foi o cenário no qual ocorreu o debate Balanço das lutas de 2019 e perspectivas: Sob um ponto de vista revolucionário, organizado pelo jornal A Nova Democracia, no dia 22 de outubro. Estiveram presentes o filósofo e professor da Universidade de São Paulo (USP), Vladimir Safatle, e representantes da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), da Liga Operária, do Movimento Feminino Popular (MFP) e do Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR).
O evento ocorreu no auditório 91 do 9º andar da Universidade do Rio de Janeiro (Uerj), que ficou completamente ornamentado com faixas, cartazes e bandeiras de organizações revolucionárias e democráticas.
O evento começou com a apresentação do grupo musical Casa Norte, que, inicialmente, tocou a canção autoral Carta Branca e, em seguida, como forma de homenagear a LCP, tocou o hino do movimento camponês combativo, Conquistar a terra.
Foto: Rodrigo Duarte Baptista/A Nova Democracia
Iniciadas as falas, os debatedores fizeram um balanço das lutas populares em 2019 e abordaram a situação política, bem como o atual golpe militar contrarrevolucionário preventivo em marcha no Brasil e os ataques contra o povo promovidos pelo governo de Bolsonaro e dos generais.
As militantes do MEPR e do MFP falaram sobre a participação da juventude e das mulheres do povo nas mobilizações ocorridas em 2019 – como os atos contra os cortes de verbas, o “Future-se” e outros ataques à educação –, além de realizarem uma contendente denúncia do genocídio que é levado a cabo pelo governo Witzel contra o povo pobre no Rio de Janeiro. Elas foram seguidas pelo representante da Liga Operária, que abordou sobre as mobilizações dos trabalhadores (como a Greve Geral de junho) contra a “reforma” da Previdência e demais medidas antioperárias e antipovo, particularmente em Belo Horizonte, onde a Liga participa da Plenária Sindical pela Greve Geral.
Vladimir Safatle fala para auditório lotado. Foto: Rodrigo Duarte Baptista/A Nova Democracia
Já o representante da LCP começou sua fala com uma homenagem ao dirigente camponês Cleomar Rodrigues, pois, no dia do debate, completaram-se cinco anos de seu assassinato no Norte de Minas. Prosseguindo, o representante da LCP fez uma excelente análise da luta camponesa e o papel que ela cumpre no atual momento que vivemos, bem como os avanços da luta pela Revolução Agrária no país.
“As massas querem revolução, estão sedentas por violência revolucionária – por isso Bolsonaro surfa na onda do descontentamento, porque, superficialmente, ele fala que o Congresso é de bandidos e o povo vê que isso é verdade. Nós temos que desmascarar ele, pois ele defende a exploração das massas, isso que nós temos que mostrar!”, expôs o representante da LCP.
Presentes levantam cartazes pela liberdade dos presos políticos do imperialismo, Theo El Gozzi e Dallas. Foto: Rodrigo Duarte Baptista/A Nova Democracia
O filósofo e professor da USP, Vladimir Safatle, fez uma ampla e certeira exposição sobre a situação política brasileira abordando diversos aspectos.
“Alguns poderiam pensar que um auditório lotado falando de ‘luta de classes’, ‘revolução’, ‘ideologia do proletariado’ só poderia ser explicado se abrissem a porta de um hospital psiquiátrico. Sim, alguns pensariam isso. Mas, vejam, aqui estamos porque nada é mais atual. Enquanto alguns nos dizem que devemos conciliar com os que nos atacam – esses, para mim, são os que deliram”, disse Safatle.
Foto: Rodrigo Duarte Baptista/A Nova Democracia
Ao fim, o grupo Casa Norte tocou mais três músicas, entre elas as canções revolucionárias Bandeira Rubra e Bella Ciao, que foram entoadas a plenos pulmões por todos os presentes. O evento contou com uma grande banca de livros, jornais e outros materiais da imprensa popular e democrática, além de uma banca de livros da editora n-1.
Assista o vídeo
Além do vídeo acima (uma prévia), a Redação de AND preparará um novo mais completo com os melhores momentos do evento.