O barbeiro Daniel Cristiano, de 25 anos, está preso há mais de 21 dias, no presídio Ary Franco, na zona norte do Rio. Segundo a família, o homem foi levado por policiais militares (PM), no dia 10 de janeiro, após uma operação da polícia na comunidade do Preventório, no bairro de Charitas, em Niterói, região metropolitana do Rio.
Segundo a família, Daniel foi levado no momento em que trabalhava como barbeiro no salão que alugou na mesma comunidade.
Ainda segundo os familiares, o rapaz estava com um saco de lixo na mão, quando foi pego pelos militares. Ele foi acusado de associação ao tráfico, afirmação que a família, amigos e clientes de Daniel negam veementemente.
O trabalhador passou por uma audiência de custódia, porém o pedido para responder o processo em liberdade foi negado pelo juiz, que alegou que Daniel representa um risco a sociedade, mesmo o rapaz tendo boa conduta social, domicílio fixo, não tendo antecedentes criminais, exercendo atividade lícita e remunerada, e com testemunhas do dia do fato, afirmando que o rapaz não estava realizando qualquer tipo de atividade ilícita.
Segundo a advogada Tânia Nascimento, o caso de Daniel se assemelha ao de outros jovens que moram em comunidades do Rio de Janeiro. Ela chegou a criar um termo para se referir este tipo de situação, dado a tamanha frequência com que este tipo de abuso é praticado tornando-se habitual. Segundo a advogada o caso de Daniel se enquadra no termo “Vepre”, em que a pessoa é vista, enquadrada e presa.
A comunidade do Preventório se comoveu com o caso, pois, segundo os moradores, a prisão é completamente injusta.
No dia 29 de janeiro, dezenas de moradores da comunidade incluído a mãe do rapaz, foram até a penitenciária Ary Franco, onde Daniel está e realizaram um protesto com faixas e cartazes e exigiram a imediata liberdade do rapaz.
O barbeiro Daniel Cristiano, está preso há mais de 21 dias sem que haja nenhuma prova contra ele. Foto: Redes Sociais provas