Moradores da comunidade Ladeira dos Tabajaras em Copacabana uniram-se no dia 04 de março para construir uma pequena represa utilizando a água da chuva, por conta própria, depois que a Companhia Estadual de Águas e Esgoto (CEDAE), havia deixado a população sem fornecimento por mais três meses.
Uma moradora da comunidade em entrevista ao monopólio de imprensa relatou: “ estamos aqui juntando as pedras para fazer a represa dentro da mata aqui. Estamos com um pouquinho da chuva para nos abençoar mais ainda”, disse.
A associação de moradores informou que desde dezembro de 2019 vêm procurando contato com a CEDAE que, por sua vez, só têm feito promessas de melhorias, sem no entanto resolver o problema do saneamento básico da população, serviço este que é emergencial.
A situação de privação de saneamento básico imposto pelo velho Estado ao povo não é um caso isolado da comunidade carioca dos Tabajaras.
Segundo pesquisas publicadas pelo Instituto Trata Brasil, mais de 35 milhões de brasileiros não tinham acesso a água tratada em suas residências em 2015. Já os levantamentos do Abastecimento Urbano de Água elaborado neste mesmo ano pela Agência Nacional de Águas (ANA) revelou que somente 13% da população urbana do estado do Rio acha o abastecimento satisfatório.
Situação esta que só tem se agravado desde aquele ano, uma vez que entre 2003 e 2019, o estado do Rio de Janeiro deixou de investir R$ 11 bilhões em dinheiro carimbado para saneamento básico.
Povo se organiza e mostra que não é refém do velho Estado!
Frente a tamanha precariedade e falta de assistência básica ao povo pobre cometidos pelos continuados gerenciamentos de turno das mais diferentes siglas do Partido Único, as classes trabalhadoras cada vez mais se dão conta – através de sua experiência prática – que com organização e iniciativa não precisam depender desse velho e podre Estado burguês-latifundiário, nem muito menos ficar reféns das promessas de politiqueiros populistas em troca de votos na farsa eleitoral.
Comunidade Ladeira do Tabajara, em Copacabana, zona sul do Rio. Foto: Banco de Dados AND