RJ: Cansados de humilhação cotidiana, usuários dos trens levantam barricadas e destroem instalações

RJ: Cansados de humilhação cotidiana, usuários dos trens levantam barricadas e destroem instalações

Centenas de trabalhadores protestam na estação de Gramacho após mais um dia de humilhações no transporte ferroviário. Foto: Reprodução.

No dia 22 de junho, trabalhadores que dependem do transporte ferroviário interurbano na região metropolitana do Rio de Janeiro se enfureceram com os atrasos e superlotação cotidianas e empreenderam um combativo protesto na estação de Gramacho. Trilhos foram bloqueados e cabines foram completamente destruídas pelas massas. 

O protesto começou por volta de 7h, após os passageiros ficarem 1h à espera de um trem para irem trabalhar. Revoltados com mais um dia de atraso, centenas de trabalhadores iniciaram a manifestação. Eles usaram troncos de árvores e outros entulhos para bloquear a linha férrea. Também destruíram cabines da estação e exigiram seu dinheiro de volta, já que não havia trens.

Por volta de 8h, agentes da Polícia Militar (PM) chegaram à estação para reprimir os trabalhadores após serem acionados pela Supervia. Os militares retiraram as barricadas, porém enfrentaram resistência dos trabalhadores que, a partir de então, começaram a ocupar a linha de trem.

“É a revolta do povo, hoje chegamos no nosso limite. Os atrasos constantes, as interrupções, a falta de comprometimento da SuperVia com os usuários chegou ao nosso limite. Nem para avisar com rapidez que não teria mais trem eles avisam. Pagamos passagem cara por um péssimo serviço. Todo dia o trem atrasa, de 40 em 40 minutos, e fica lotado para ir e para voltar. Ficamos 40 minutos à espera de um trem para Saracuruna na volta para casa num trecho que podemos fazer em 17 minutos. Isso é um absurdo!”, relatou a trabalhadora Janete Monteiro, de 27 anos. A passageira tentava ir para o local de trabalho, na Praça da Bandeira, Zona Norte do Rio.

Na última semana, a SuperVia foi condenada pelo Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) a pagar uma multa de R$ 6,2 milhões, por conta de diversas irregularidades em estações e por oferecer um serviço de péssima qualidade aos usuários.

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