RJ: Centenas de moradores da Muzema protestam contra demolição de prédios

RJ: Centenas de moradores da Muzema protestam contra demolição de prédios

Foto: Fabiano Rocha

Na manhã desta quinta-feira, 27 de junho, centenas de moradores da comunidade da Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, realizaram uma manifestação contra a notificação da gerência municipal Marcelo Crivella para a desocupação de seis prédios que, segundo a prefeitura, estão com ameaça de desabamento.

Desmentindo as alegações das “autoridades” municipais, os moradores se mobilizaram e, durante a madrugada, um carro de som percorreu as ruas da região convocando a manifestação. 

O monopólio da imprensa bateu na tecla do fato da comunidade ser controlada por “milicianos”, porém os moradores, em faixas penduradas, deixaram bem claro que sua reivindicação não tem nada a ver com o tráfico de drogas e nem com as chamadas “milícias” (grupos paramilitares). Além disso, eles afirmam que os 45 apartamentos ameaçados de desocupação não estão com risco de desabamento.

Os moradores alegam que a prefeitura deu prazo de 72 horas para a desocupação dos imóveis. 

— Pessoas trabalharam por mais de 30 anos na vida e conseguiram deixar comunidades violentas e comprar um apartamento aqui para, de repente, perderem tudo? Isso não vamos permitir sem lutar muito. Estamos buscando os caminhos legais para que isso não aconteça. A prefeitura disse que 45 famílias receberam a notificação para a desocupação. O Ministério Público quer conversar, a Defensoria Pública também. Só a prefeitura é que não quer. Até o momento, nenhum aluguel social foi pago a morador algum. Não somos vinculados com milicianos. Não somos. A compra de um imóvel construído de forma irregular não pode justificar que famílias inteiras sejam colocadas na rua — comentou o morador Valdir Lima ao jornal Extra.

Na manifestação desta quinta, os manifestantes bloquearam o tráfego nos dois sentidos da Avenida Engenheiro Souza Filho com faixas: ‘Não a demolição, sim à legalização’, ‘Queremos legalização já!’ e ‘Sr. prefeito, pra onde irão essas mais de 2 mil famílias?’.

Foto: Reprodução

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