Centenas de pessoas protestam contra Chacina do Jacarezinho. Foto: Banco de Dados AND
No dia 07 de maio, mais de 400 manifestantes estiveram presentes na favela do Jacarezinho em um ato de repúdio à chacina realizada pelas forças policiais no dia anterior. Desde as 17h da sexta-feira estavam reunidos familiares das vítimas, moradores, ativistas de movimentos populares, trabalhadores, estudantes e advogados. O ato, que durou cerca de três horas, denunciou o genocídio praticado pela operação da Policia Civil que deixou como saldo 28 pessoas barbaramente assassinadas.
Manifestantes exigiram o fim das operações de guerra em favelas do Rio. Foto: Banco de Dados AND
Leia Também: RJ: Operação de guerra da Polícia deixa 28 mortos na favela do Jacarezinho
O ato de resposta ao massacre, teve sua concentração na quadra da Escola de Samba Unidos do Jacarezinho. Os manifestantes demonstraram em suas ações, faixas e palavras de ordem a extrema revolta com a rotina de violência e humilhação imposta a eles pelos policiais.
Manifestação adentrou a favela do Jacarezinho. Foto: Banco de Dados AND
Palavras de ordem ecoaram por toda região: Chega de chacina, polícia assassina, Justiça Já, justiça já, ser preto não é crime, vocês vão nos pagar, Que covardia, polícia mata pobre até na pandemia e No Campo e na Favela, o povo se rebela. Além disso, foi levada uma grande faixa pelos manifestantes com os dizeres: Contra o genocídio: Rebelar-se é justo! assinada pela Unidade Vermelha – Liga da Juventude Revolucionária (UV-LJR) e pelo Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR). Outras faixas eram vistas, como uma que dizia Cláudio Castro e Bolsonaro: Assassinos!
Moradores denunciaram o genocídio promovido pelo velho Estado contra o povo das favelas. Foto: Banco de Dados AND
O ato saiu em direção ao portão da Cidade da Polícia, centro da inteligência da Polícia Civil do Rio, que fica em frente a comunidade do Jacarezinho. Lá foi o local de onde saíram os policiais que participaram da operação genocida iniciada às 05h50m pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. Durante 9 horas seguidas a Polícia Civil esteve na comunidade levando terror aos mais de 50 mil moradores da favela.
Manifestantes levaram faixa com dizeres responsabilizando o governador do Rio, Cláudio Castro, e o presidente fascista Jair Bolsonaro pelo massacre no Jacarezinho. Foto: Banco de Dados AND
Leia também: Quinta-feira sangrenta no Jacarezinho
Protesto denuncia genocídio
Em certo momento, as massas se posicionaram em frente ao portão principal da Cidade da Polícia. Moradores, familiares das vítimas e manifestantes denunciaram o genocídio perpetrado pelos agentes do velho Estado contra a população preta e pobre das favelas do Rio.
Faixa questiona o grande número de mortos na operação. Foto: Banco de Dados AND
Os policiais, com medo de que a massa indignada invadisse a sede da força da reação, montaram um cordão de choque em frente ao portão. Militares armados com bombas de gás, escudos e armas de bala de borracha tentavam, em vão, intimidar o protesto.
Manifestantes chamaram o velho Estado de Terrorista. Foto: Bando de Dados
Após irem até o portão da Cidade da Polícia o ato seguiu adentrando na favela do Jacarezinho, palco do massacre. Pelas ruas da comunidade, os manifestantes receberam intenso apoio dos moradores, comerciantes e trabalhadores do local. Alguns moradores relataram em suas falas as nove horas de terror que vivenciaram na chamada “Quinta-feira sangrenta”. Muitos denunciaram que tiveram suas casas invadidas pelos policiais, que executaram a sangue frio pessoas já rendidas na frente de crianças. Relatos contam também com explosões de bombas e rajadas de tiros durante todo o período, em uma verdadeira atrocidade levada à cabo pelas forças policiais do Rio de Janeiro.
Manifestantes se concentraram na Quadra da Escola de Samba Unidos do Jacarezinho. Foto: Banco de Dados AND
No final do ato, por volta das 20h, ativistas de movimentos populares denunciaram que a Chacina do Jacarezinho é parte da política de genocídio contra a população mais pobre e que operação de guerra na favela é parte da guerra civil reacionária contra o próprio povo. Tal ação de extermínio é dirigida pelo velho Estado, hoje com Bolsonaro e generais à frente.
Panfletos de movimentos populares denunciaram a criminosa Chacina promovida pelo velho Estado. Banco de Dados AND
Centenas de pessoas se manifestam pelas ruas do Jacarezinho. Foto: Banco de Dados AND