Em mais um ano, as chuvas de verão se tornam um tormento para os moradores da cidade do Rio de Janeiro. A falta de estrutura e prevenção por parte do velho Estado fez este fenômeno natural gerar diversos pontos de alagamento e falta de energia elétrica na Zona Norte e Zona Oeste nesta última segunda-feira (6/1).
Relatos de Irajá, Vila Kosmos, Quintino, Cascadura, Realengo, Campo Grande, Taquara entre outros bairros informaram que após a pancada de chuva que assolou o Rio de Janeiro, vários bolsões de água se formaram impossibilitando a locomoção e gerando focos de doenças transmitidas por vetores, além da queda de árvores com consequente falta de energia. Segundo o Centro de Operações Rio (COR), registrou-se precipitação de 9mm na Penha, 8,4mm em Madureira no intervalo de 15 minutos entre 22h15 e 22h30. Em Campo Grande houve registro de 10,6mm no intervalo entre 21h30 e 21h45.
As chuvas torrenciais são típicas deste período do ano e espera-se que mais aconteçam até o final de março, porém a cada verão que chega mais uma tragédia anunciada se apresenta.
Apesar dos recentes desastres naturais em diversos locais do Brasil, segundo o Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), a verba federal para gestão de riscos e desastres prevê o corte de R$ 200 milhões para 2025, passando para R$ 1,7 bilhão. Esse fatiamento aliado à falta de políticas públicas como a criação de “piscinões”, reservatórios que armazenam águas pluviais evitando que o sistema de esgoto fique sobrecarregado, ou a manutenção e conservação das redes pluviais mostram o descaso do governo com a população, onde o velho Estado continua seguindo a mesma “receita de bolo” e o resultado não pode ser diferente do acontecido em outros anos: tragédias, deslizamentos e alagamentos que atingem, principalmente, as massas mais pobres e periféricas de nosso país.