Pelo menos 14 pessoas morreram e 11 ficaram feridas após um deslizamento atingir nove casas habitadas no Morro da Boa Esperança, em Niterói, Região Metropolitana do Rio, na madrugada do dia 10 de novembro. Uma das últimas mortes confirmadas foi a de um bebê de 11 meses. O Corpo de Bombeiros ainda trabalha com a possibilidade de encontrar novas vítimas entre os escombros.
O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), afirmou que o local não era considerado de alto risco geológico dentro do mapeamento de risco da Defesa Civil e que tragédia foi causada por “rachadura no maciço” da encosta.
Porém, como relatam moradores e especialistas, a Defesa Civil estava ciente da possibilidade de deslizamento e, de acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros, Roberto Robardey, já havia alertado as comunidades de Niterói sobre o perigo. No entanto, nenhuma assistência foi dada para as famílias que estavam em local de risco.
Além disso, o engenheiro geotécnico Maurício Ehrlich, especialista em análise de encostas, afirmou que as estruturas danificadas das casas já indicavam a calamidade que estava por vir, e que essa poderia ter sido evitada. Engenheiro já alertou sobre a possibilidade de um novo deslizamento na área.
Segundo a moradora Rosemary Caetano da Silva, que teve uma de suas netas desaparecida entre os escombros, todos já sabiam o que estava para acontecer.
“Minha neta de oito meses está lá soterrada. Consegui tirar um neto meu que está no hospital e meus filhos estão no hospital. Tudo o que está acontecendo aí todo mundo sabia que ia acontecer. A Defesa Civil chegou a interditar as casas, falou que tomaria providência.”, lamenta a moradora do Morro da Boa esperança.
Sobrevivente resgatada dos escombros no Morro da Boa Esperança, em Niterói