Estudantes secundaristas, universitários, professores e organizações progressistas estiveram presentes na manifestação do Dia do Estudante Combatente, na última sexta-feira (28/03), no centro do Rio de Janeiro. Os manifestantes se concentraram na igreja da Candelária e marcharam até a Cinelândia.
Durante o ato, os estudantes denunciaram os ataques aos seus direitos, como a imposição do Novo Ensino Médio (NEM), o sucateamento da rede pública de educação e a falta de climatização nas salas de aula mesmo no calor extremo do Rio de Janeiro.
Um estudante, em entrevista ao AND, citou o abandono ao Colégio de Aplicação da UFRJ onde há diversas goteiras nas salas de aula, além da quadra de esportes estar interditada há mais de um mês, com a direção negligenciando as denúncias da massa estudantil. “O protesto é uma forma de ganhar visibilidade aos problemas que vêm sendo ignorados”, defendeu ele.
Os professores, que paralisaram suas atividades neste dia, denunciaram o descaso do governo do Estado e do Município em não pagarem o salário seguindo o piso nacional do magistério, e nem de aplicar devidamente a reposição salarial, deixando os profissionais de educação em situação de incerteza. Denunciam também o pacote de maldades aprovado em 2024 que alterou a contagem do tempo de hora-aula, obrigando os profissionais de educação a dar mais tempos em sala e precarizando a condição de trabalho.
O professor de Geografia, Henrique, da rede municipal, em entrevista ao AND, conclamou a necessidade do “povo se organizar contra o desmonte do ensino público”, citando as medidas arbitrárias que foram tomadas pela Prefeitura do Rio de Janeiro no chamado “pacote de maldades” do Projeto de Lei Complementar 186, já noticiado pelo AND.
Havia cartazes e faixas em memória e homenagem ao estudante secundarista Edson Luís, que fora assassinado em 1968 pelo regime militar durante uma manifestação. Os manifestantes também chamaram atenção para a recorrente violência policial que afeta as parcelas mais pobres e desprovidas de direitos da população, e reivindicaram que não houvesse anistia para os militares que orquestraram a mais recente tentativa de golpe durante o governo de Jair Bolsonaro, pedindo pela prisão do mesmo.
O ato foi marcado, também, pela presença de organizações progressistas que apoiam a justa resistência palestina, e que hoje é linha de frente na luta anti-imperialista. Foram entoadas palavras de ordem, além de haver diversas faixas e cartazes denunciando a crueldade e o caráter terrorista do estado de Israel. O tremular de bandeiras da Palestina acompanhou os manifestantes durante toda a extensão do ato.