A Polícia Militar (PM) e seu Batalhão de Operações Especiais (Bope) assassinaram dois moradores, alvejaram um jovem e agrediram crianças nas operações realizadas nas favelas da Vila Kennedy, Rocinha e Manguinhos, no Rio de Janeiro, dia 26 de junho. Os moradores das favelas também denunciam invasão de casas, roubos de pertences, entre outras covardias cometidas rotineiramente nas expedições punitivas do velho Estado contra o povo.
Polícia assassina jovens e agride crianças na Vila Kennedy
Na Vila Kennedy, pelo menos dois moradores foram mortos e mais três foram levados no blindado da PM. Moradores protestaram contra a invasão policial da comunidade e fizeram vídeos denunciando que, na operação, policiais militares agrediram crianças.
Rocinha: PM alveja jovem e rouba moradores
Na Rocinha, a operação ocorre desde a madrugada. Um jovem morador de 18 anos de idade, David Gonçalves de Oliveira, foi baleado e encaminhado a um hospital. Os moradores gravaram, durante a operação, policiais invadindo casas, roubando e consumindo pertences dos moradores. Circulam pela comunidade pelo menos três blindados e cães farejadores.
A invasão policial na favela fechou sete escolas, privando 2.100 alunos do direito de aprender. A Clínica da Família do Socorro interrompeu o funcionamento nesta manhã, cerceando o direito à saúde. Os túneis Rafael Mascarenhas e Zuzu Angel foram interditados.
Operações diárias em Manguinhos após suposto ‘sequestro’ de policial que comprava drogas
Em Manguinhos, mega-operações com helicópteros contra o povo têm sido diárias após um policial ter realizado uma falsa denúncia de sequestro na comunidade no dia 20/06, depois de ter sido espancado por traficantes enquanto comprava drogas. No dia em questão, mobilizou-se o Bope e a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil e mais de um helicóptero, para aterrorizar as massas, após a denúncia de “sequestro”. Após investigado o suposto crime, foi constatado que não havia sequestro nenhum, e o policial foi obrigado a admitir que havia sido pego por traficantes após comprar entorpecentes.
É inevitável a rebelião contra a repressão policial
Para as massas mais profundas, nas favelas do Rio e do Brasil, a repressão policial já é rotina. O fato de ser cotidiano não diminui a rebelião das massas, senão que a alimenta, e o povo já denuncia o velho Estado e as Polícias Militares dos respectivos governos estaduais como seus inimigos. Uma moradora denunciou sobre a operação nas redes de internet no dia 26/06: “Operação na Rocinha, para roubar TV, caixa de som, bater e esculachar morador e comer melancia”, rechaçando a velha estória das operações para “combate à criminalidade”.
Para o velho Estado, os problemas gerados pela miséria – da qual esse Estado é principal mantenedor – são feitos de justificativa para as operações sanguinárias contra o povo e, enquanto reprime a rebelião classista dos trabalhadores por melhores salários e de estudantes por escolas de qualidade, continua dando os mais variados motivos para o assassinato e repressão diários das massas nas comunidades.
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